segunda-feira, 8 de abril de 2024

Youtube Underground: Lixeira do Frost

 
Olá, Youtubers, tudo bem? Eu assisto muitos canais menores no Youtube por pura preferência pessoal, e como poucas pessoas dão valor pra esse tipo de canal, decidi fazer o Youtube Underground, para apresentar esses canais para outras pessoas. Então, apertem play que as coisas talvez possam ser divertidas. 

Lixeira do Frost é um canal que fala majoritariamente sobre games (a maioria de origem japonesa), mas também discute alguns animes e mangás quando estiver a fim. O seu conteúdo costuma ser mais voltado para análises, mas, às vezes, diversifica um pouco, como discussões de certos assuntos (como as complicações de sistemas de conquistas em games modernos, um chefe difícil de um jogo de navinha ETC. As suas análises de games se voltam um pouco mais para o lado ludonarrativo da coisa, demonstrando como a jogabilidade e a narrativa se interagem entre si, e independente de qual mídia  discute, ele aborda muito os temas retratados, descrevendo tudo de uma forma clara e competente (apesar de inserir um humor do tipo "háhá, comi sua mãe!"). O único quadro dele que está ativo são as suas análises (confesso que tirei o meu sistema de troféus, do sistema de medalhas que ele utiliza de vez em quando), já que ele nem tem quadros tão fixos (apesar de que os últimos vídeos de animes/mangás que ele fez estarem na playlist do "Vale a Pena?", aonde ele analisa alguns animes).

Mostrarei um vídeo para tirar as suas conclusões, mas antes, leiam as informações adicionais:

Classificação Indicativa: 14 anos pra cima (imposta pela CEIPM - Classificação Etária Imposta Por Mim

Duração dos Vídeos: 6 - 35 (únicas exceções sendo os vídeos sobre a história de Drakengard

Número de Inscritos (até o momento): 23,8 mil 

Curiosidade do Canal: O próprio Frost está desenvolvendo o seu próprio jogo, que se chama The Coneflower Dilemma. É um jogo de aventura feito no RPG Maker que tenta trazer o clima excêntrico e esotérico de Nier e Killer7 da sua própria forma. Como extra também menciono que assim como eu, ele também é neurodivergente, possuindo TEA (Transtorno do Espectro do Autismo) e TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade), mas no meu caso eu só tenho TEA sem o TDAH.



Se o vídeo não te convenceu, tudo bem, só não seja rude. 

Assista Se: Procura análises que se aprofundam em temas, procura mídias nichadas que são pouco discutidas, quer discussões mais específicas que são bem trabalhadas.

Não Assista Se: Só quer assistir conteúdo básico, não se interessa por obras mais esotéricas.

O Que Acho Sobre: Lixeira do Frost faz vídeos competentes e de ótima qualidade. O canal discute muito bem obras nichadas, se aprofundando bem no que faz cada uma ser o que é, instigando os telespectadores a irem para novos horizontes. Mesmo quando ele não faz análises de obras ele manda bem, seja falar de um elemento muito específico em algo ou coisas mais abrangentes. Lixeira do Frost faz conteúdo de qualidade que não se entrega às vontades do algoritmo e é ótimo no que faz. 

Já conhecia o canal? O que achou do vídeo? Gostou e compartilhe nas redes sociais, Bye Bye!

quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

Top 10: jogos que joguei em 2023

 Olá, povo do passado, tudo bem? 2023 foi um ano bem cansativo pra mim. O motivo de 2023 ter poucos posts em relação aos outros anos foi por estar desmotivado por certos motivos, como alguns acontecimentos que me tiraram da minha zona de conforto e as postagens de destaque do ano (o top 20 e a review do MGR) terem sido muito desgastantes de escrever, especialmente a review do MGR que eu enrolei pra terminar por uns 9 ou 10 meses, e só terminei por conta da ansiedade de fim de ano que eu estava sentindo. Mesmo Assim, ainda teve algumas coisas, como eu ter voltado a fazer Muay Thai depois de 4 anos sem fazer, por conta da pandemia, ter terminado a faculdade EAD que estava me cansando, a minha irmã ter voltado pra casa depois de 1 ano longe (e ainda por cima com o meu cunhado, assim estendendo a família daqui de casa), e é claro os jogos bons que joguei no ano. Por ter jogado menos jogos nesse ano e pra não gastar tanto da minha energia quanto no ano passado, a lista diminuiu de um Top 20 pra Top 10, e tenho que aproveitar essa oportunidade ao máximo. Olhem para o meu passado e divirtam-se! 

Lembrete: Começo com o mais óbvio, que é essa lista ser baseada na minha opinião pessoal, e que ela se difere drasticamente de uma pessoa pra outra. Essa lista não se restringe a jogos lançados em 2023, só se restringe apenas aos que joguei nesse ano, e assim como no "Top 20 de 2022", todos esses entraram pra minha lista de jogos favoritos (exceto as menções honrosas). 

Depois de ter jogado a trilogia Springs, fui correr atrás de outros jogos da npckc, e esse aqui me pareceu interessante e não me decepcionou. 

10: Tomato Clinic (2020) 


Esse fofíssimo jogo ainda segue aquele estilo da npckc de ser um jogo com foco em temas LGBT com uma abordagem mais leve, sem desviar das dificuldades de ser LGBT. A proposta do jogo é simples: Te convidaram para um tour numa clínica de doação de sangue, mas os proprietários são vampiros que estão fazendo esse tour para desmistificar os estereótipos de seu povo e fazer com que o/a/ê jogador(a/e) aprenda sobre sua cultura. Essa premissa é uma metáfora para comunidades marginalizadas sendo pressionadas a se explicar para aqueles fora de seus círculos sociais que não entendem tão bem as suas dificuldades, e por mais que essa metáfora tenha sido intencionada para comunidades LGBT, também serve para outros grupos marginalizados como pessoas de cor, neurodivergentes ETC. Ele é puxado pro lado educativo até mais do que as outras obras da npckc, mas isso não o torna pior do que as outras, pois a sua abordagem não é vazia e tem coração e sinceridade no que diz. Aprender sobre os vampiros é bem divertido, e a desmistificação dos estereótipos dá uma construção de mundo legal, ainda mais que Gakuto e Marie são pessoas bem gostáveis. Por ser uma Visual Novel, não há uma jogabilidade elaborada, já que o negócio é ler e escolher diálogos, mas tem 2 minigames simplistas inofensivos que são apropriados pra experiência. Ele fica nessa posição justamente por ser simples demais, mesmo que isso não o torne menos bom. Tomato Clinic é uma experiência agradável e faz o que cumpre, ainda mais ao considerar que ele é de graça e dura meia-hora

Por eu ter ficado preso às plataformas da Nintendo por muito tempo, acabei ficando sem jogar vários games que me interessavam por muito tempo (ou só os jogava muito tempo depois). Nesse começo de 2024 um dos meus primos me deu um PC Gamer de presente porque ele não o usava mais e até criei uma conta própria na Steam. Mas em 2023, fui jogar um dos maiores sucessos do ano, por conta da conveniência do meu cunhado ter se mudado para onde eu moro e tê-lo no seu notebook, e ele ter me dado permissão pra jogá-lo.
9: Hi-Fi Rush (2023)
Hi-Fi Rush foi um jogo que me interessou bastante ao ver a sua proposta de jogabilidade. Basicamente, Hi-Fi Rush é um Hack 'n Slash no estilo de Devil May Cry e Bayonetta, no qual suas ações são determinadas pelo ritmo da música. Eu não havia jogado tantos Hack 'n Slash desse estilo, mas gosto bastante de jogos de música, então essa premissa de jogabilidade me deixou curioso. Com esse negócio de fazer as coisas no ritmo, dá a impressão de que o jogo é punitivo, mas isso está longe de ser verdade, porque não é realmente necessário acertar as batidas para aproveitar o combate, já que os ataques saem independente de você acertar as batidas ou não, mas isso não significa que elas não importam, já que para outras ações que não sejam a movimentação e ataques normais, fazem diferença (pros ataques normais, acertá-las só dá bônus adicionais). Ele não é só combate o tempo todo, pois  também apresenta seções de plataforma que adicionam uma variedade extra que não detraem e nem melhoram o jogo, só cumprem o seu trabalho. Por também ser um jogo de música, não podia faltar músicas boas, e tanto as músicas originais quanto as licenciadas são bem legais e se encaixam com a vibe. Falando em vibes, foram justamente elas que também me atraíram ao game. Aspectos como a direção de arte, a escrita e até a trilha sonora, me dão vibes de desenhos do Disney XD que eu provavelmente assistiria quando criança, e se não fosse um game de ação, podia muito bem ser um desenho que apareceria nessas listas de "desenhos que você assistiu quando criança, mas não lembra" que tem aos montes na internet (ele também tem vibes de jogo de PS2, o que também é apreciável). Ele fica nessa posição, não por problemas do game em si, mas sim por 2 problemas externos que atrapalharam um pouco a minha experiência. : Eu estava jogando no notebook do meu cunhado, e por mais que ele funcionasse relativamente bem nesse dispositivo, o jogo estava mostrando problemas de performance por conta do hardware defasado da máquina. : Como o dispositivo não era meu e não joguei tantos jogos mais elaborados assim nesse tipo de computador, acabei fazendo burradas que comprometeram a minha jogatina por conta da minha inexperiência. Hi-Fi Rush é um jogo incrível, e se eu jogá-lo um pouco mais, definitivamente vai superar MGR no quesito "Character Action" favorito no momento. 

Em 2022, tinha baixado um emulador de Dreamcast pro meu celular, mas pela falta de controle, só pude jogar alguns jogos que não exigissem muitos comandos (Dolphin Blue não se encaixa tanto nesse quesito, mas ele tem continues infinitos, o que alivia um pouco a experiência). Por conta disso, tinha decidido jogar um dos RPGs mais notórios do console. 
8: Skies of Arcadia (2000) 
Skies of Arcadia é um RPG de turno feito por algumas das mentes mais brilhantes da SEGA. A história do jogo é simples: Há um mundo chamado Arcadia, que é composto por 6 civilizações que existem em ilhas flutuantes no céu que são orbitadas por 6 luas. Os nossos heróis são os piratas aéreos VyseAika e Fina, e eles estão lutando contra um império malvado que quer usar armas de destruição em massa para os seus fins, e os 3 estão tentando impedir isso e se metendo em várias aventuras pelo mundo. Sendo honesto, essa não é uma história muito inovadora ou bombástica, mas isso não significa que ela seja ruim. O seu ponto mais forte é fazer o básico com muita competência, trazendo personagens carismáticos, bons momentos e muito charme. Eu também adorei a temática de piratas aéreos, não só porque eu acho piratas legais, como também pelos cenários das ilhas flutuantes. E navegar os céus com um navio voador é de tirar o fôlego. Ele também apresenta bons visuais para sua época, com uma cinematografia fora de série e músicas boas. A jogabilidade é satisfatória o bastante para quem curte esse estilo de RPG em turnos, mas sofre de alguns problemas de polimento, como a taxa incômoda de batalhas aleatórias, as animações demoradas e o balanceamento das habilidades. Ele fica nessa posição, não só por alguns dos problemas de gameplay, mas por eu tecnicamente ter jogado uma versão inferior, já que a versão Legends traz melhorias em relação a original. Skies of Arcadia é um RPG competente e autoral, e mesmo que não aparente surpreender, faz tudo com muito carinho. 

Assim como não é segredo que eu adoro Kirby, também não é segredo que eu gosto de Smash Bros. Nestes últimos tempo eu tenho questionado esse meu apego à série, pois o meu apego é mais pelo Brawl, e com o resto da série eu tenho relações bem fracas (por mais que eu ache o Ultimate bom, ele me impressiona cada vez menos quanto mais eu paro para pensar). Mas a minha esperança não está perdida quando vejo que os fãs conseguem fazer trabalhos tão impressionantes quanto os jogos oficiais de Smash. 
7: Smash Remix (2021-Até Hoje?) 
Smash Remix é uma Hack Rom feita em cima do primeiro jogo da série (aquele do Nintendo 64), que adiciona várias coisas. Versões modificadas de Smash não são novidade, já existem várias do Brawl (Project M sendo a mais famosa), e dá para encontrar algumas do Melee e até do Ultimate, mas uma do 64 já é novidade. Suponho que pelo 1° Smash ser tão limitado em relação aos seus sucessores, ele acaba não gerando tanto interesse no público geral ao ponto de não ter versões modificadas notáveis. Ou pelo menos até agora, porque essa daqui é mais do que notável. Eles podiam ter só adicionado uns cenários básicos, uns personagens extras e balanceá-los, só que eles foram além. Dos personagens novos ao 64, a maioria são veteranos dos futuros jogos, como o Marth, Sonic ETC, Mas há alguns novos como o Conker de Conker's Bad Fur Day, Marina de Mischief Makers, Goemon de Mystical Ninja, e até mesmo o Piano Assombrado do Mario 64. O que me impressiona não são os personagens novos, mas, sim, as funções novas. Tem novos modos, como os All-Star e Home-Run Contest dos jogos futuros, e alguns novos como uma nova versão do Classic que é mais refinada que a original (permitindo até multiplayer), um Versus ala KOF em que cada jogador tem 12 personagens em seus times e até configurações mais detalhadas que os jogos oficiais, permitindo que o jogo fique competitivamente interessante, ou mais casualmente caótico. Também há novas músicas que tiram um proveito melhor da soundfont do que as originais, fases novas (com algumas tendo mecânicas próprias) e até itens novos. Boa parte das versões modificadas dos Smashs oficiais tentam pegar carona com o Project M na questão de deixá-las mais competitivas ou fazem versões com um desbalanceamento levado ao absurdo por brincadeira, mas essa daqui não esquece o lado casual de Party Game da franquia, e acho isso especial. Ela só não está mais alta, porque joguei só até a versão 1.4 e não sei se haverá mais além da 1.5 (versão lançada no início de 2024), e por causa de certas peculiaridades do Smash 64 que dificultam voltar pra ele. Smash Remix é um projeto impressionante de fãs feito com bastante carinho, e chega até a um nível de qualidade tão bom quanto o dos jogos oficiais. 

Nestes últimos tempos, eu tenho adquirido um gosto pelos jogos feito em Bitsy. Os jogos dessa engine são bem simples, focando em histórias curtas com uma gameplay que só se baseia em andar e ler alguns textos. Essas curtas histórias interativas de gameplay simples me atraíram pelo charme minimalista das suas experiências e, até agora, eu ainda não havia experimentado os jogos mais conhecidos desse tipo, que são os trabalhos da Cecile Richards. E sorte a minha que fui tentar uma de suas obras renomadas. 
6: Under a Star Called Sun (2020) 
Depois de terminar Under a Star Called Sun, entendi perfeitamente o porquê de ser tão aclamado. É uma história poética sobre memórias e como elas se distorcem com o tempo, e a sua apresentação é mais elaborada do que muitos jogos feitos nessa engine. Eu decidi não explicar mais do que isso, porque acho que é melhor aproveitar a experiência, já que uma análise mais profunda estragaria um pouco da graça desse jogo (o clássico ver para crer). 

Bitsy não é a única engine capaz de histórias minimalistas. A Twine também é uma engine capaz de fazer jogos narrativos de interação minimalista, e é bem mais versátil, capaz de apresentações e histórias mais elaboradas, além de serem mais duradouras. Meu coração pertence mais aos jogos de Bitsy, mas os de Twine também têm o seu charme. Quando eu descobri que esse aqui se tratava de discussão de games, acabei me interessando.
5: Video Game Feminization Hypnosis (2019) 
Esse jogo não tem uma capa definida, essa é a única imagem que aparece como ilustração na página da criadora.

Video Game Feminization Hypnosis é um ensaio/desabafo da criadora sobre a indústria de videogames. Essa é a descrição mais apropriada que consigo pensar, já que não há uma história e a interatividade é baseada em clicar nos textos em negrito que levam para outras partes do ensaio. O texto é basicamente um manifesto sobre como a indústria dos videogames falha em coisas como comunicar experiências fora de grupos dominantes e como as tendências do mercado prejudicam videogames como mídia artística. Esse curto ensaio é bem interessante, trazendo à tona vários pontos que te fazem ponderar sobre o estado dos games como mídia, com um texto divertido que consegue fazer umas piadinhas engraçadas (devo lembrar que ele também usa uma linguagem internetesca, com termos parecidos com "vc" ou "vdd", ênfase no parecido pq o texto é em inglês e ñ em português). Por mais que isso tudo seja legal, é claro que vai ter os seus problemas. Por mais que os seus pontos sejam bons, admito que o iconoclastismo às vezes é um pouco exagerado, e algumas de suas ideias sobre feminilidade e jogos femininos são meio vagas e mal elaboradas. O que deixa VGFH nessa posição para mim, tem menos a ver com o conteúdo apresentado e mais com o que me fez buscá-lo. Eu decidi ir atrás desse treco por conta de umas reviews que eu li no Backloggd, e lê-las me fez sentir iluminado e satisfeito, tanto que quando eu li VGFH, acabei não tendo sentimentos tão fortes quanto os das reviews que li. Eu também já vi discussões com pontos parecidos com os que são debatidos aqui, mas isso eu posso dar uma relevada, porque são bem poucas as pessoas que vi discutindo esse tipo de coisa. Video Game Feminization Hypnosis é um baita manifesto sobre o estado dos videogames como mídia e suas discussões são valiosas.

Eu tenho ponderado um pouco sobre consertar gêneros de games. Alguns gêneros que eu gosto, como RPGs de Turno, jogos de luta e jogos de música são bem nichados e não muito convidativos para a maioria das pessoas, e já fazem uns tempos que vários jogos desses gêneros tentam suavizar os seus sistemas para atrair mais pessoas. Por mais que isso seja muito bom, acabo ponderando se deixá-los mais polidos e acessíveis, os deixam necessariamente melhores (eu também não quero pagar uma de elitista, porque elitismo é pura arrogância). Esse jogo até que conserta alguns problemas de combate de RPGs de Turno, e faz um bom trabalho nisso.
4: Epic Battle Fantasy 5 (2018) 
Epic Battle Fantasy 5 é o último dessa franquia de jogos em Flash que homenageiam os clássicos RPGs de Turno como Final Fantasy ETC. A maioria desse tipo de jogo tem um foco maior nas narrativas e histórias do que em seus sistemas de gameplay, e como esse vai para uma direção oposta, não dá para ser apreciado pelos mesmos motivos da maioria, mas como sou alguém que se interessou nesse gênero pelos motivos errados (gameplay) e que se deu conta de que também aprecia os motivos certos (história), foi um prato cheio para mim. Em questão de história, ela não é importante, só sendo sobre um bando de imbecis se metendo em confusão, com um senso de humor que já estava datado até na época em que saiu (em outras palavras, o humor da internet de meados dos anos 2000). O combate é bem engajante, não dependendo de grinding (repetir ação para ficar mais forte) e que realmente requer muita estratégia e entendimento dos sistemas para tirar proveito e vencer com eficiência. A exploração também está de parabéns, já que por mais simples que o design do mundo seja, há vários segredos para encontrar em cada canto, e são todos recompensadores sem serem obtusos demais, além de certos elementos como puzzles e backtracking serem usados com moderação, e sem serem obtusos ou tediosos demais. Ele só não está mais à frente, porque eu joguei a versão gratuita e não a paga. A diferença é que a versão paga tem conteúdo extra que a gratuita não tem, como áreas adicionais, novos chefes ETC, e o jogo me ficar lembrando disso com certa frequência foi meio desanimador. Independente da versão, Epic Battle Fantasy 5 é um RPG de respeito.

Há vários temas que são abordados por qualquer obra de ficção, mas um que não vejo com frequência, é o memoricídio. Memoricídio é basicamente apagar qualquer informação sobre algo que já existiu, e acho que abordar esse tema pode trazer discussões interessantes. Ainda bem que encontrei um jogo de Bitsy que aborda um tema desses.
3: I Miss When the Internet Was Chronological (2023) 
A história contada nesse aqui é sobre uma pessoa tentando procurar uma página no Tumblr que não existe mais. O Tumblr é uma rede social que não tenho e nem pretendo ter (as únicas pessoas que eu conheço que tiveram foram a minha irmã e algumas das amigas dela), mas não foi isso que me fez conectar com essa narrativa, e sim, que esse tipo de coisa pode ser aplicada pra qualquer lugar da internet. Memoricídio muitas vezes é sobre algo mais físico, como civilizações, lugares ou o que for, mas o memoricídio digital também existe e  continua sendo presente no nosso mundo. Na nossa era, temos tanta informação acessível a todo momento, e já que é possível acessar informação com tanta rapidez, também é fácil deletar qualquer informação com tanta rapidez, e é justamente essa rapidez que torna o memoricídio digital tão assustador quanto o físico. Havia vários sites que eu visitava quando criança que não existem mais, e não apenas sites, como também vídeos, artigos imagens ETC. Não é só nos espaços virtuais que penso, também penso nos locais que gostava de ir na infância, os quais não existem mais. Eu acho triste essas coisas não existirem mais, pois por mais que algumas delas não tenham um impacto cultural forte, ainda me proporcionaram algo positivo e não ter a chance de experiênciá-las pela 2° ou 1° vez é lamentável. Até mesmo eu estar jogando isso no itch.io reflete um pouco dessa perda, pois é o mais próximo que tenho da sensação de jogar os jogos em Flash no Click Jogos ou outros sites do tipo (também é apropriado que a única música tocada nesse jogo ser de um MMO extinto). I Miss When the Internet Was Chronological serve como lembrete para o que foi perdido nessa nova era. 

Roguelikes são um gênero de jogo que joguei pouco, e por mais que eu não tenha tanta certeza da minha opinião sobre, acho que não gosto muito desse tipo de jogo por me cansar fácil. Chega até ser estranho eu não ter me cansado desse aqui (e ser de uma franquia que adoro também me ajudou nisso). 
2: Shovel Knight Pocket Dungeon (2021) 
Shovel Knight Pocket Dungeon é um roguelike que é um spin-off do meu querido "Cavaleiro da pá". Vocês leram o termo roguelike sendo usado, mas o que ele significa? Roguelike é um gênero de jogo que é caracterizado por fases geradas proceduralmente e por morte permanente, fazendo com que cada vez que o jogador morra, o jogo seja drasticamente diferente devido a soma do jogador perder tudo que obteve ao morrer e ao aspecto aleatório de como as fases são geradas (roguelike é usado para se referir a esse tipo de jogo, por conta da influência de Rogue, um jogo do início dos anos 80). O motivo de eu me cansar fácil com roguelikes, é que eu não acho os mapas procedurais interessantes o bastante pra ficar repetindo as jogadas, e isso acaba não me prendendo com muita facilidade. Talvez seja a falta de mapas que me fez não cansar. Diferente de muitos roguelikes, esse aqui não é um dungeon crawler, e sim um jogo de puzzle, mais especificamente, naquele estilo de estourar pedrinhas. Elementos típicos de roguelike como upgrades que são perdidos com o game over e reiniciar tudo desde o começo estão aí, só que esse jogo me deu mais a impressão de um jogo de puzzle que veria num arcade do que um roguelike indie qualquer, e tratá-lo como se fosse isso me ajudou um pouco. Bem eu gostei dele apenas por ser uma diversão simples, e está tudo bem. Achei-o rápido, recompensador, customizável e cada jogada que eu fazia era uma delícia. Mesmo que as minha razões não sejam profundas, Shovel Knight Pocket Dungeon entra facilmente para os meus favoritos. 

Antes de mostrar o primeiro lugar vejam as 
Menções honrosas: 
Project Justice (2000-2001): É um jogo de luta bem legal e com muita personalidade, mas tenho um pouco de dificuldade em me acostumar com os controles meio duros. 
Murder Dog IV (2011): Nada como um jogo simples de meia-hora que é engraçado e satírico para alegrar o meu dia. 
Magical Witch Bell and Her Non-Magical Friends (2017): A npckc ataca novamente com uma VN bem simples e amigável, de qualidade.  
Deltarune - Capítulo 2 (2021): Ótimo e tão bom quanto Undertale, mas já que está nos capítulos iniciais e os outros ainda não chegaram (por enquanto), ainda não posso julgar com tanta exatidão.
Bad Monday Simulator (2022): É estranho que uma paródia de Undertale consiga ser tão boa e desafiadora. 
Lunistice (2022): Um jogo de plataforma 3D bem divertido que remete um pouco aos clássicos da 5° geração. 
Tet (2023): Um jogo à la WarioWare no qual você cozinha um jantar para o ano novo vietnamita não é algo que se vê todo dia.
You Are Dough (2023): A npckc fez um poema bem bonitinho e interessante. 
Musical de Primeiro de Abril (2023): Nunca imaginei que veria um Youtube Poop do Guilhox sendo adaptado como uma Visual Novel
Mr. Platformer (2023): Um jogo de plataforma 2D legalzinho com reviravoltas interessantes. 
Super Mario Wonder (2023): Joguei pouco por não ser eu que tenho o jogo (quem tem é o meu irmão), mas o pouco que joguei com o meu irmão e o meu cunhado me divertiu bastante e é provável que seja o meu Mario 2D favorito. 
The Mountain is as it Always was (2023): Um bitsy bem bonito sobre as ansiedades e o vazio da vida adulta e as perdas que vem com ela. 

Você já alguma vez na sua vida entrou em contato com alguma obra ou produto que é tão alinhada com os seus gostos que parece que fizeram só pra você? esse é o caso do meu 1° lugar dessa lista. 
1: Jojo's Bizarre Adventure - 7th Stand User (2010-2014) 
Eu não o menciono aqui no blog por conta do tema de games, mas quem me conhece bem sabe que sou um grande fã de Jojo, o seu estilo exagerado e batalhas empolgantes fizeram essa série de Animes/Mangás serem um dos meus maiores interesses especiais desde 2016. Esse fangame é a melhor adaptação de Jojo para um videogame, mesmo não oficial. Ele adapta a parte 3 da franquia, com o diferencial de que o próprio jogador é o protagonista junto com o próprio grupo principal dessa parte. Ok, esse não é o único diferencial, mas vamos por partes. O jogo começa com um teste de personalidade que determina os poderes do nosso avatar. A partir daí, segue os eventos da parte 3 do começo ao fim, mas isso não é um mero reconto da obra original, já que tem cenas originais e formas alternativas de subverter a narrativa original. É possível que a sua jogada possa ser só um reconto da história original com o seu avatar apenas acompanhando, mas a graça está nas formas disponíveis de alterar o curso da história, como derrotar inimigos antes da hora, acompanhar momentos que a narrativa original não mostra (como a recuperação do Kakyoin no hospital), salvar personagens que originalmente morreram e muito mais. Isso tudo junto com as variações geradas por poder, gênero e físico dão muitas rotas para serem seguidas e segredos para encontrar, e esse tanto de conteúdo vindo de um jogo feito no RPG Maker 2000 e por 1 uma pessoa só é mais do que impressionante (imagina o trabalho que foi testar tudo isso na hora da produção). Em questão de gameplay, ele é um RPG de Turno que se assemelha a algo que você veria num Nintendinho ou num Game Boy e posso dizer que é bem padrão desse tipo de jogo. Por mais que o combate em turnos não brilhe tanto com os inimigos comuns, ele consegue brilhar nos chefes, por conta do aspecto estratégico e de tentar entender os poderes de cada um, capta muito bem como é uma luta em Jojo. Claro que o game não é perfeito, ele sofre com armadilhas chatas, grinding levemente incômodo e alguns momentos de progressão obtusa, mas aceitá-lo por essas falhas me fez apreciá-lo mais. Quando descobri que teve influência de uma franquia da Square Enix chamada SaGa (nos aspectos variáveis de cada jogada e alguns easter eggs), me despertou o interesse de querer adentrá-la (foi Jojo que despertou o meu interesse em Queen, então essa série me incentivou mais uma vez a procurar outras coisas). Mesmo que não seja perfeito, 7th Stand User é um dos jogos mais "eu" já feitos, incluindo muita coisa que gosto e homenageando um dos meus maiores interesses especiais com respeito. 

Quais jogos você jogou em 2023? Quais foram os seus favoritos do ano? Já jogou alguns dos jogos deste Top 10? Tem interesse em jogar alguns deles? Gostou da postagem? Comente e compartilhe nas redes sociais, Feliz 2024!

sexta-feira, 6 de outubro de 2023

Youtube Underground: MaxwelSeven

 

Olá, Youtubers, tudo bem? Eu sou um frequente telespectador do Youtube e, desde cedo, sempre tive mais apreço por canais menores e que pouca gente conhece. E é por isso que fiz esse quadro chamado  Youtube Underground, para apresentar esses canais que tanto gosto para os outros. Então, apertem play que as coisas talvez possam ser divertidas. 

MaxwelSeven é um canal secundário/terciário do MaxwelThuThu (anteriormente conhecido como ThuThuMerdinha, nem preciso explicar o porquê da mudança de nome), que já postou vídeo de várias coisas, como Fandubs (dublagens feitas por fãs, para os desinformados), episódios dublados de desenhos perdidos, explicações técnicas de jogos antigos ETC. Como ele decidiu que o canal principal se foque mais em arquivar episódios dublados de desenho baseados em games da Nintendo que foram perdidos com o tempo, ele decidiu mover as explicações técnicas de jogos antigos para outro canal, ou seja, para esse aqui (e vale lembrar que o MaxwelThuThu é um canal que faz conteúdo desde 2011, e mesmo que não o tenha acompanhado por toda a minha vida, posso me considerar um fã de longa data, já que eu o assistia bastante em 2012). MaxwelSeven é um canal de curiosidades de jogos antigos, com boa parte delas sendo sobre as funcionalidades do Super Nintendo, às vezes ele também fala de outros consoles retrô, mas o SNES é o foco principal dele. Ele fala de termos técnicos como Line-Scrolling ou Overscan, mas conta de uma forma bem simples e digerível que consegue ser compreensível para qualquer leigo, dando detalhes sobre o que é de forma sucinta. Já que, nesses últimos tempos, o Youtube adicionou um formato alternativo de vídeo chamado Youtube Shorts, que são vídeos curtos de 1 minuto ou menos que seguem mais o formato do TikTok, ele resolveu aproveitar esse formato de vídeo alternativo da plataforma para formar o seu quadro Dicionário Retrogamer, em que ele dá as suas explicações de termos técnicos mais gerais que vão além do Super Nintendo

Mostrarei um vídeo para tirar as suas conclusões, mas antes, leiam as informações adicionais: 

Classificação Indicativa: Livre (imposta pela CEIPM: Classificação Etária Imposta Por Mim) 

Duração dos Vídeos: 6 - 17 minutos 

Número de Inscritos (até o momento): 7,21 mil 

Curiosidade do Canal: Devido aos seus conhecimentos do SNES, Maxwel faz várias Hack Roms de jogos da plataforma (com boa parte deles sendo de Super Mario World), e ele até mesmo fez um remake não oficial de Super Mario Land em que conseguiu portar Assets do New Super Mario Bros (que é um jogo de DS) e fazer novos Sprites pré-renderizados usando o Blender, e ficou bem feito. 

Agora, assistam o vídeo para tirar suas conclusões: 

Se o vídeo não te convenceu, tudo bem, só não vale xingar. 

Assista Se: Quiser aprender sobre as técnicas usadas em jogos antigos; aprender sobre o funcionamento do SNES; assistir vídeos que resumem bem termos complexos de uma forma simples. 

Não Assista Se: Não tiver vontade para aprender essas coisas; for uma pessoa chata que não gosta de explicações simples. 

O Que Acho Sobre: MaxwelSeven tem vídeos de qualidade. Dividir o conteúdo foco nos seus canais alternativos para priorizar o que importa no seu canal principal foi uma boa jogada, e ele consegue manter a qualidade que tinha quando fazia vídeos desse tipo lá. Explicações que detalham bem os assuntos de forma bastante digerível são o seu ponto forte, e aprender sobre a "magia" por trás dos games conseguiu ser agradável. Esse é justamente o principal motivo por MaxwelSeven prender a minha atenção e me fazer gostar tanto dele. 

Já conhecia o canal? O que achou do vídeo? Gostou da postagem? Comente e compartilhe nas redes sociais, Bye Bye! 

Recado: Eu realmente peço muitas desculpas por ter ficado tanto tempo sem postar aqui. Eu estava me concentrando em fazer com que a minha futura Review de Metal Gear Rising fosse a melhor possível, mas escrevê-la está sendo muito cansativo pra mim (tanto que eu ainda estou parado na Fase 1 dela), e eu fiquei tanto tempo prometendo que ela ia sair e quero terminá-la o quanto antes, mas não só o cansaço de estar escrevendo, como a minha desmotivação para coisas em geral nestes últimos tempos está dificultando isso aí. Mas talvez eu não devesse ser tão duro com isso aí, pois o que comentei ano passado nesse Blog é que eu estava dando um hiato pras minhas Reviews daqui, mas também não quero que o meu público fique esperando uma eternidade pro negócio sair, e não tenho prazo estabelecido pra evitar um pouco de estresse na minha cabeça. Me desculpem, e agradeço pela compreensão.

quinta-feira, 29 de junho de 2023

Personagens misteriosos do mundo dos games

 Olá, povo misterioso, tudo bem? Há personagens de qualquer tipo em todas as obras, personagens engraçados, personagens complexos e o que for, mas um dos tipos mais interessantes são os misteriosos. Esses personagens são interessantes por não sabermos direito o que eles fazem ou o que eles querem, nos fazendo questionar sobre a sua presença e deixando nossa imaginação correr solta. Há personagens desse tipo em qualquer mídia, filmes, literatura, quadrinhos, animações e com videogames não é diferente. Por isso, decidi fazer uma lista de personagens de games que são misteriosos, e eu 100% não estou usando essa lista como forma de tapar buraco enquanto eu enrolo para terminar a minha review do Metal Gear Rising, confia. 

Lembrete: As regras que eu impus nessa lista, são: 1: Só vale personagem de jogos que joguei; 2: Os personagens dessa lista não tem informações esclarecidas acerca deles, e se houver informações oficiais que esclareçam substancialmente sobre quem são ou o que querem, não são bem-vindos nessa lista. 

Qualquer lista de personagens misteriosos de games que se preze tem de tê-lo, e não é à toa que ele é uma escolha óbvia de tão icônico que é. 

O Mercador é uma das figuras mais reconhecíveis de Resident Evil 4. Ele é o cara com quem você compra armas e outros tipos de itens, até podendo dar upgrades no seu arsenal e isso é tudo que ele faz. O que faz dele misterioso não é só por não haver mais informações sobre ele que não sejam o seu papel, mas por ele ser uma figura estranha de rosto coberto. Ele aparenta ter uma certa semelhança física com os ganados, que são os inimigos do jogo, ainda mais que, em certos trechos, os seus olhos brilham como os deles, então, estaria ele infectado pelo parasita Las Plagas que é maior ameaça dessa bagaça? mas ele nunca te ataca, então por que que ele estaria associado a eles? Não só isso, mas ele aparece apenas pro Leon (ou pra Ada, caso esteja jogando a campanha Separate Ways) em pontos bem inusitados e  sempre aparece nesses pontos antes de você chegar. Outra pergunta minha é, será que ele é nativo? Resident Evil 4 se passa na Espanha, e ele se refere ao Leon como "estranho", mas ele tem sotaque de Cockney (termo usado pra quem nasceu na East End de Londres), então chega a ser difícil de discernir se ele é realmente um nativo do local. Mas por outro lado, tudo isso aí citado pouco importa, pois ele foi feito para fazer sentido apenas em gameplay, ele não foi feito pra ser relevante no roteiro, mas não faz mal especular. Além disso, as frases dele são bem memoráveis, por conta do quão intensamente feliz ele soa por fazer compras e vendas, e também porque no jogo original, elas só são ditas para o que é importante, coisa que pioraram no Remake, pois lá ele solta frases aleatórias a qualquer momento (não leve isso como uma crítica séria do Remake, até porque eu não o joguei e só acompanhei Let's Plays por não ter acesso a nenhuma plataforma em que ele esteja disponível). É inegável que O Mercador é icônico, e os seus mistérios que nunca serão respondidos também o tornam mais memorável. 

Vale lembrar que O Mercador não é o único personagem de um jogo da Capcom que está nessa lista. Assim como Resident Evil, Street Fighter é umas franquias mais icônicas da Capcom, trazendo vários personagens memoráveis com o passar do tempo. O Street Fighter III é estranho, pois além de ter pouquíssimos dos veteranos da franquia, o elenco novo é bastante aleatório, e visto que originalmente ele não era para ser um Street Fighter é compreensível o estranhamento (isso não é uma crítica minha ao elenco do jogo, ele não é de todo ruim). Como a Capcom adora relançar seus games, a 3° edição de Street Fighter III (3rd Strike) trouxe novos personagens (e a volta da Chun-Li) e, no meio desses novatos, tem alguém que se encaixa nos critérios dessa lista. 

Q é uma das maiores incógnitas da franquia, pois ninguém sabe o que que é o Q, o que que ele quer ou que que ele faz aqui (trava línguas completamente intencional). A sua figura exclama ser misterioso, sendo a de uma pessoa alta coberta por um sobretudo, um chapéu panamá e uma máscara de ferro. Tudo que há de informação sobre esse sujeito é que ele está fugindo de agentes da CIA por ter aparecido em diversas cenas de crime e ninguém sabe o que ele estava fazendo nelas. Não há informações reveladas sobre sua identidade, há teorias populares que digam que ele seja o G do Street Fighter V, por também ser um esquisitão com poucas informações e que tem apenas uma letra no nome, mas isso fica só na especulação mesmo. Para reforçar ainda mais a ideia de mistério, a Wiki de Street Fighter tem quase todas as informações do personagem listadas como "desconhecido", seja a nacionalidade, idade, ocupação, preferências e até o gênero (fica implícito que o seu gênero possa ser masculino, mas até isso não confirmaram). Além de sua identidade, outra dúvida é se isso sequer é um ser humano, pois a sua voz e movimentação parecem um tanto mecânicas, sem contar o barulho estranho que esse personagem solta quando tá parado, então pode haver possibilidade de ser um robô ou um ciborgue. Outra dúvida grande sobre ele são os seus objetivos. Sabemos que ele apareceu em cenas do crime e está fugindo da CIA, mas o que que ele estava fazendo nelas? seria só uma coincidência estranha? ele cometeu os tais crimes? que tipo de crime ele cometeu? seriam estes crimes o motivo dele andar coberto? ele está fazendo tudo por si mesmo ou ele está trabalhando para alguém? será que ele é mesmo do mau? Também há rumores de que ele já estava presente no Street Fighter II original, pois o cenário do Ken naquele jogo tem um NPC no fundo que é parecido com o Q. Outra coisa nele que me intriga, é uma das suas comemorações de vitória, pois se o adversário cair para fora da tela, fica implícito que o Q mata o oponente a sangue frio. Até mesmo a sua jogabilidade é interessante, com ele sendo lento, mas podendo causar um bom dano e tendo bons golpes de curto a médio alcance, também podendo aumentar a sua resistência com o Taunt. Devido a baixa mobilidade e velocidade dos seus golpes, o jogador tem que jogar na defensiva, com cada golpe tendo que ser calculado, e devido a propriedade do seu Taunt, ele se torna um dos personagens mais resistentes, fazendo dele um tank eficiente. O Q pode ser uma das maiores questões não respondidas, mas isso é um dos seus propositais charmes. 

Não é segredo pra ninguém que o Zelda Majora's Mask usa a mesmo engine do Ocarina of Time e, por consequência, reutiliza muita coisa de lá. Esse personagem apareceu primeiro no Ocarina, sendo um NPC nada importante, mas no Majora ele teve uma aparição mais significativa. 

Happy Mask Salesman (vendedor de máscaras felizes ou vendedor feliz de máscaras em tradução livre) pode ser importante, mas isso não o impede de ser um enorme mistério. Na sua primeira aparição no Ocarina, ele ainda era um vendedor de máscaras, tendo uma lojinha que o jogador só passa para comprar uma máscara pro guardinha da Vila Kakariko e ter permissão para entrar na Montanha da Morte, e mais nada além de sidequests meia-boca. Em Majora, ele é uma das principais forças que move a narrativa, já que ele é um dos motivos do Link prosseguir em sua jornada nesse jogo. Basicamente, o Link foi amaldiçoado e o vendedor fez um acordo em que ele quebraria a maldição se Link devolvesse a Máscara de Majora que o Skull Kid roubou dele, e logo após enfrentar o Skull Kid, o Link esquece da máscara e se focou apenas em recuperar a sua ocarina que o Skull Kid também roubou, e o vendedor acaba quebrando a maldição do Link sem saber que ele não havia pegado a máscara, e a partir daí, o resto do jogo acontece. O que levanta suspeitas nele, não é só a forma psicótica que ele surta após ouvir que o Link não trouxe a máscara, mas sim certas informações que ele mesmo diz. Quando ele fez o acordo com o Link, ele diz especificamente que ele está muito ocupado e terá que sair de Clock Town em 3 dias e que a máscara tem de ser devolvida antes do tempo se esgotar, mas devemos levar em consideração que o Majora's Mask se passa num tempo limite de 3 dias e se o tempo esgota, o mundo é destruído pela queda da lua em Clock Town, e é no mínimo suspeito que o tempo que ele especifica para sua saída condiga com o próprio fim do mundo. Os inocentes podem acreditar que ele só estaria fazendo o seu trabalho e tal, mas logo após ele surtar com o Link, ele revela a origem da Máscara de Majora. A máscara pertencia à uma tribo antiga, mas devido a ela conceder poderes altamente destrutivos a quem a usa, o povo dessa tal tribo a selou, e essa mesma tribo também foi aniquilada, e esses tais poderes da máscara podem ser uma causa possível. Bem, de onde ele descobriu tudo isso? O motivo de que o mundo vai acabar no game é justamente por conta dos poderes dessa máscara, então ele com certeza sabe que o fim do mundo é culpa dela, e isso só aconteceu porque o Skull Kid a roubou do vendedor, então, porque diabos ele carregava um item desses sabendo do tal perigo? quando ele encontrou a máscara, a tribo já não existia mais ou foi ele mesmo que a destruiu? E, como é de praxe, essas perguntas nunca  são respondidas no game. Devido a ser uma causa indireta ao apocalipse do jogo, Happy Mask Salesman é definitivamente um dos personagens mais suspeitos já criados pela Nintendo

E para finalizar. Não é segredo para ninguém que Undertale é um sucesso desde o seu lançamento em 2015. Como existem muitos fãs tendo apego aos seus personagens e eventos, já era de se esperar que eles bolariam teorias sobre o game. E um dos maiores alvos para teorias dos fãs é este aqui:

W.D. Gaster é uma das figuras mais enigmáticas de Undertale. Diferente dos outros personagens dessa lista, ele até possui algumas informações reveladas. É dito que ele era um cientista que trabalhava para a realeza e desapareceu do nada, mas nem isso é substancial o bastante. Alguns NPCs que são seguidores do sujeito te dizem interpretações diferentes do que possa ter ocorrido com ele, o 1° diz que ele se despedaçou através do espaço-tempo, o 2° diz que ele caiu em uma de suas criações, e o 3° diz que ele morreu por conta de um dos seus experimentos terem dado errado. Talvez todos eles estejam falando de uma sequência de eventos e não de interpretações diferentes, mas nem mesmo o que eles dizem esclarecem tanta coisa assim. Também teorizam que ele possa ter alguma relação com os irmãos Sans e Papyrus, já que eles tem nomes de fontes de escrita, e o nome completo dele é uma combinação de Wingdings com Aster, e até mesmo a função do Blogger de inserir caracteres especiais tem um pouco de Wingdings, e irei escrever algo nela: 🏲🖐🕱❄🏳 (quero ver se você vai conseguir traduzir, a menos que você esteja lendo no celular). Tanto ele quanto os seus seguidores são absurdamente difíceis de encontrar no game, tendo requerimentos extremamente específicos que nem entendi e nem lembro. Também há um texto no jogo escrito em Wingdings que pode ser um possível relatório dele, que só pode ser acessado através de debug ou manipulação de save, e ele diz o seguinte: "Registro número 17. Escuro, mais escuro, e ainda mais escuro, a escuridão continua a crescer, as sombras cortam profundamente, leituras de fóton negativas, esse próximo experimento parece muito muito interessante... O que vocês dois acham?" É óbvio que é um relatório sobre um dos seus experimentos, mas o que está escrito nele é vago demais. Esse sprite que estou usando como imagem nessa lista é o que a maioria associa ao Gaster, mas pode ser que esse troço nem seja ele, porque o nome do arquivo desse sprite só se chama "Homem Misterioso", é possível que seja ele ou não, mas é difícil saber. Até existem informações mais substanciais do que os outros 3 dessa lista, entretanto elas nunca parecem ser o bastante e ainda há muito espaço para as dúvidas. Se um dia descobriremos quem Gaster é, vai ser difícil saber, mas ele definitivamente é um ótimo combustível para teorias de fãs. 

Quais personagens dessa lista você achou mais misterioso? Quais outros personagens de games você acha que são misteriosos? Gostou da postagem? Comente e compartilhe nas redes sociais, Bye Bye?

quinta-feira, 18 de maio de 2023

Youtube Underground: Danael Fernandes

 
Olá, Youtubers, tudo bem? Bem, o Youtube faz parte da minha vida há um bom tempo e, desde o início desse tempo, sempre preferi canais menos conhecidos. Como há vários canais do Youtube que gosto e que não recebem tanta atenção, fiz o quadro Youtube Underground, no qual eu apresento canais pouco conhecidos que adoro. Então apertem Play que as coisas talvez possam ser divertidas. 

Danael Fernandes é um canal de cultura pop no geral, abordando HQs, Animes/Mangás, filmes, séries, desenhos e games. Os seus vídeos costumam ser voltados para a abordagem de narrativas, seja falando sobre uma obra em específico ou de recursos narrativos que são usados. Claro que se tratando de jogos, ele até desvia um pouco desse tema de narrativas, com os vídeos dele de Dark Souls e A Dance of Fire and Ice sendo puramente sobre a jogabilidade, mas boa parte dos vídeos em que ele fala sobre jogos, narrativas também são abordadas junto com a jogabilidade. Ele comenta os assuntos de uma forma clara e concisa, e consegue instigar os espectadores a fazer umas reflexões interessantes, por mais básicas que sejam (ele foi a primeira pessoa que me fez questionar o conceito de clichê). Eu não tenho muito a comentar sobre os seus quadros, porque eu já os tinha mencionado lá atrás, exceto o Respondendo Coisas que é o típico quadro de perguntas e respostas. 

Mostrarei um vídeo para tirar suas conclusões, mas antes, leiam as informações adicionais: 

Classificação Indicativa: 10 - 14 anos (imposta pela CEIPM - Classificação Etária Imposta Por Mim)

Duração dos Vídeos: 6 - 30 minutos (há exceções, mas são poucas)

Número de Inscritos (até o momento): 143 mil 

Curiosidade do Canal: O avatar dele é, na verdade, o personagem Sensei do Mangá "A Menina do Outro Lado" (ele já esclareceu algumas vezes que esse é um dos Mangás favoritos dele). 

Agora sim, assistam o vídeo para tirar suas conclusões: 

 
Se o vídeo não te convenceu, não tem problema, só não vale xingar. 

Assista Se: Quiser ter uma nova perspectiva sobre recursos narrativos em mídias; Gostar da forma que ele apresenta o seu conteúdo.
Não Assista Se: Não gosta que conceitos formados na sua cabeça sejam desafiados; não quiser saber muito de cultura pop ou mídias que estão fora da zona de conforto. 
O Que Acho Sobre: Danael Fernandes é alguém com um canal legal. O conteúdo apresentado sobre as narrativas e seus recursos acabou me atraindo, ainda mais pela forma clara que ele apresenta. Ele até me incentivou a fazer umas reflexõezinhas em relação a esses recursos e o parabenizo por isso. O jeito que ele expressa e mostra o que fala prendeu a minha atenção, mesmo não sendo muito bombástico. Por conta disso, Danael Fernandes garantiu uma vaga no espaço de canais menores que assisto. 

Já conhecia o canal? O que achou do vídeo? Gostou da postagem? Comente e comente nas redes sociais, e até.

sexta-feira, 28 de abril de 2023

Top 20: jogos que joguei em 2022 (parte 2)

Como diz o título essa postagem é uma continuação da postagem anterior e é necessário lê-la primeiro para aproveitá-la melhor. Continuando... 

Como em 2021 eu me adentrei em Persona, um passo lógico a se tomar seria adentrar na franquia que originou Persona, Shin Megami Tensei. Ainda não cheguei a jogar jogos o bastante dessa franquia, mas ainda sim me considero um fã, tanto que há 2 jogos dela nessa parte, com um deles sendo este aqui.

10: Shin Megami Tensei - Synchronicity Prologue (2017) 

Synchronicity Prologue é um spin-off da principal franquia de Shin Megami Tensei e é um tanto curioso. Ele se passa durante os eventos de Strange Journey e sua existência foi puramente feita como forma de promover o lançamento do remake de Strange Journey. Com essas palavra até parece que há uma receita para um desastre, com eventos interligados a um jogo da série principal e feito apenas como um anúncio de um remake desse dito jogo, mas não é necessário jogar Strange Journey para aproveitá-lo (a história aqui nem importa) e ele estar nessa lista mostra que é competente. Ao invés de ser um RPG de Turno, esse spin-off opta por ser um Metroidvania. A jogabilidade aqui é bem dinâmica, com comandos responsivos, 2 personagens jogáveis e até algumas influências de Bullet Hells (majoritariamente de Ikaruga) nas lutas de chefes. O seu maior ponto forte é ser conciso. O jogo dura umas 2 ou 3 horas, e para alguns, essa duração pode ser decepcionante, mas não chega a ser problema para mim por conta de certos aspectos. O mapa está do tamanho certo, não é grande demais e é perfeitamente compacto, com áreas que tiram um bom proveito das mecânicas, apesar da progressão ser um tanto linear para um Metroidvania (mas isso não significa que ele é desprovido de segredos). Ele também apresenta belos visuais 2D e uma boa trilha sonora. Mesmo sendo um tanto curto e feito apenas como propaganda para o Strange Journey Redux, SMT Synchronicity Prologue consegue ser bem feito e divertido. 

Na parte 1 desse top, apresentei Metamorphosis of M Dolly, que foi o jogo que me fez adentrar nos Walking Sims. Depois de jogá-lo, fui jogar outros games feitos pelo mesmo criador (David Su), e vi que os seus games se especializam em ser canções interativas. Dos que eu joguei, esse foi o que eu mais gostei, porque achei que foi algo bem único.

9: Evergreen Blues (2020) 

 
O que exatamente é Evergreen Blues? Como diz nas páginas do itch.io e da Steam, "o jogo é uma construção de música interativa baseada em escolha sobre as relações entre audiências, autores e os personagens e mundos que eles criam", e irei tentar explicar melhor o que isso quer dizer. O jogo é um conjunto de 6 músicas diferentes e em cada uma delas, você decide qual será a letra de cada. O tema sobre a relação dos artistas com sua audiência está presente em todas elas, mas é contado de uma forma abstrata e minimalista, o que pode não agradar alguns e tachar esse jogo de pretensioso se não estiver em sintonia com ele. O que me fez gostar tanto dele, e tê-lo achado único, é a sua ludonarrativa. Mesmo a sua página esclarecendo sobre o que a sua mensagem se trata, não quer dizer que não esteja aberta para interpretação, e o jogador irá interpretar a mensagem, não só pelo o que está sendo dito, mas também pela capacidade de escolher a letra da música, que é uma forma de dar sentido ao que está apresentado. Além disso as músicas são boas, com a cantora tendo uma voz bonita e uma instrumentação combinando com sua beleza. Pode não ser a coisa mais extraordinária já feita, mas os 11 minutos de Evergreen Blues me encantaram com o seu uso criativo de ludonarrativa. 

Quando estava fazendo a lista "Meus jogos favoritos de cada ano que vivi", decidi jogar esse aqui para acrescentá-lo como o jogo de 2019, pois a minha escolha passada para esse ano (Grimm's Hollow) não era um jogo com o qual estivesse apegado para merecer o título de favorito do ano, e valeu a pena
8: A Short Hike (2019) 
A Short Hike é um jogo de exploração com elementos de plataforma, com o intuito de ser simples e agradável. A premissa é que a nossa personagem (Claire) quer escalar o topo de uma montanha para pegar sinal e atender uma ligação no telefone. Se parece chato, não se preocupe, pois esse objetivo principal pouco importa e nem de longe é o que o torna especial. Por ser um jogo de exploração, é isso o que importa aqui. A ilha na qual o jogo se passa é um ambiente agradável, com moradores amigáveis e um bocadinho de coisas pra fazer, e devido ao tamanho compacto do local, andar por aí e fazer atividades secundárias acaba não sendo um saco, já que não tem tanto do excesso que esses jogos de mundo mais aberto apresentam e fez cada momento valer a pena. A jogabilidade também é satisfatória, e o Level-Design focado em verticalidade complementa as habilidades de voo e escalada da Claire. O enredo não é super elaborado, mas me conectei com a sua mensagem sobre não se preocupar com o futuro e aproveitar o presente, já que eu passei por esse tipo de problema na minha vida (se eu tivesse jogado aos 14 anos, eu teria me emocionado mais, por conta desse problema ter sido maior nessa época). Além disso, o estilo visual com 3D pixelado é charmoso e a trilha sonora é agradável. Mesmo com sua curta duração, não sendo a melhor coisa e não ter jogado na época que eu mais precisava, A Short Hike acabou me conquistando e o aceito pelo que ele é. 

Como mencionado na parte 1, decidi correr atrás de obras sobre a pandemia, seja sobre o próprio evento ou com semelhanças na situação. Das que foram sobre o evento em si que tive contato, não senti que eram bem o que procurava. And the Band Begins To Play era um poema fofinho e Inside do Bo Burnham não chegou a me conectar emocionalmente, por mais que fossem bons. Foi quando eu joguei esse game, que finalmente achei o que queria.
7: All Things Equal I Would Prefer It If We Were Safe & Lonely Instead of Together & Afraid But I Cannot Deny That Is Hard; or; A Solitary Spacecraft. (2020)
Sim, o nome do jogo é longo desse jeito. Dá pra dizer que ele se parece com o And the Band Begins to Play, por ser sobre a pandemia e ter a mesma Engine (Bitsy), mas as semelhanças param por aí. Assim como todos os jogos feitos na Bitsy, a jogabilidade é bem mínima, se sustentando por outros aspectos, como a força de sua narrativa. A história aqui é autobiográfica do seu próprio criador (Dante Douglas), sendo a sua experiência pessoal na quarentena. O que me agradou nele não foi só sua história sobre a quarentena, mas a sua aplicação de jogabilidade minimalista. É comum que qualquer jogo agrade aos jogadores, justamente por ser prazeroso de jogar, mas e se um jogo for bom pelo motivo contrário? Sacrificar uma boa jogabilidade em prol de uma mensagem é uma decisão um tanto arriscada, pois pode alienar os jogadores e não há garantia de que vão tolerar ou ligar para o propósito, e fazer esse tipo de coisa requer um equilíbrio um tanto delicado. Esse é um daqueles jogos que é especial por não ser bom de jogar. Como o Bitsy é uma Engine limitada, permitindo que a jogabilidade seja só andar e ler texto, não é algo que irá agradar todo mundo e entendo quem achar esse tipo de jogo chato, mas essas limitações foram bem utilizadas na sua ludonarrativa. O jogo inteiro se passa num quarto, você só interage com objetos que mostram caixas de texto que falam sobre os momentos do criador durante a quarentena e sair pela porta só te leva para o próximo dia. Os dias continuam nesse mísero quarto, sem poder sair, imaginando coisas melhores para fazer, além de se trancar nesse espaço e tendo que aturar esse sofrimento, estando num ciclo de monotonia. Além da jogabilidade entediante, a história ser uma autobiografia de alguém na pandemia é bem fácil de simpatizar, já que as pessoas do nosso tempo já passaram pela dificuldade que foram os momentos de quarentena. O que me faltava naquelas outras obras sobre a pandemia mencionadas, era esse clima melancólico e a pessoalidade de uma biografia que me faltava. A Solitary Spacecraft é uma valiosa cápsula do tempo e uma lição artística sobre games não precisarem ser bons de jogar para ter uma experiência impactante. PS: Caso entenda inglês e queira jogar, aqui está o link dele para jogá-lo no navegador (também funciona no celular): https://videodante.itch.io/solitaryspacecraft 

Deu pra perceber que eu tenho um certo apreço por jogos de luta na 1° parte desta lista, ainda mais se você lembra que o meu jogo favorito de todos é Super Smash Bros Brawl. Smash Bros não é um jogo de luta tradicional, fazendo parte de um subgênero dos jogos de luta chamado Platform Fighter. Entretanto, dos que são mais tradicionais, esse acabou sendo o meu favorito.
6: Akatsuki Blitzkampf (2007) 
Conheci esse jogo quando me deparei com um vídeo no Youtube com o título "Fighting Game Simplicity Done Right" (simplicidade em jogo de luta feito da maneira certa, em tradução livre), e desde que assisti, acabei me interessando. A sua jogabilidade fez jus ao título do vídeo que me apresentou ao jogo, conseguindo ser simples o bastante para um iniciante mergulhar de cabeça, mas apresentando profundidade o suficiente para um veterano do gênero aproveitar, além do combate ser mais pé no chão e não ser focado em movimentação frenética e mecânicas obtusas, como em outros jogos de luta independentes dessa época. Ele também apresenta uma quantidade decente de modos alternativos para um jogo desse calibre, como um tabuleiro com desafios diversos, lutas de 4 jogadores, um editor de cores e até um modo Online (que não cheguei a jogar, porque veio de um jogo japonês de 2007, em tempos aonde Wi-Fi não tinha se popularizado tanto quanto hoje). Não é a quantidade mais extensa de conteúdo já existente, mas tem jogo de luta hoje em dia que nem é tão completo quanto esse daqui. Outra coisa que chama a atenção é a sua estética. Mesmo se passando num mundo fictício, é tudo obviamente inspirado pela 2° guerra mundial (inclusive com os vilões sendo uma clara alegoria ao nazismo), tendo uma direção um pouco mais sombria e intensa em relação a outros do gênero, mas ainda assim tendo personagens com designs distintos e memoráveis. Akatsuki Blitzkampf é um belo exemplo de um jogo conseguir ser acessível sem sacrificar o que o torna atraente para os mais experientes, e consegue fazer tudo o que faz com competência.

Conhecer algo do nada pode muito bem despertar a curiosidade e te fazer experimentar coisas que você não fazia ideia que gostaria. Foi isso o que aconteceu comigo nesse jogo.
5: Serial Experiments Lain (1998) 
Serial Experiments Lain é um jogo de PS1 bem curioso. É um jogo que se foca na sua história, sendo que ela é apresentada de forma desorganizada, com o jogador tendo que juntar os pedaços para desvendá-la. A narrativa aborda tópicos muito importantes sobre saúde mental, que continuam relevantes até hoje e não se segura em mostrar as duras e pesadas realidades de conviver com transtornos e como as pessoas ao redor os tratam. É provável que alguns de vocês já conheçam Serial Experiments Lain por conta de sua versão em Anime, e se é necessário assistir essa versão antes de jogar, digo que não. Mesmo complementando a obra original, a história apresentada não se passa no mesmo universo e pode ser aproveitada de boa sem precisar ter assistido o Anime. A minha descrição apresentada é decepcionantemente curta se comparada com as dos outros jogos da lista, mas decidi deixar por aí mesmo, pois tenho planos futuros de cobri-lo mais a fundo em uma review aqui no Blog. Enquanto ela não estiver pronta, vou deixar a posição do jogo nesse Top falar por si mesma. 

Não é segredo pra ninguém que adoro Kirby e que é a minha franquia de games favorita, e com o novo lançamento principal dela nesse ano, não podia ficar de fora. 
4: Kirby and the Forgotten Land (2022) 
Kirby and the Forgotten Land é o mais novo game principal da franquia e o 1° a ser 3D. Para uma 1° vez no 3D (sem contar os Spin-offs), a adaptação foi incrivelmente boa. A jogabilidade funciona muito bem aqui, com controles responsivos e adaptando muito bem certas partes dos jogos 2D, como fazer o voo não ser mais infinito para complementar os ambientes mais espaçosos e menos verticais, e deixando o moveset das habilidades mais parecido com Amazing Mirror e Squeak Squad do que com o Super Star, para deixá-los mais funcionais na jogabilidade 3D. O Level-Design também é surpreendentemente bom. Mesmo com as fases sendo lineares, elas contém boas oportunidades para exploração e devido a verticalidade reduzida, as seções de plataforma conseguem ser tão recompensadoras quanto, já que não são tão trivializadas pela habilidade de voo. O Mouthful Mode podia ser uma mecânica forçada pra enfiar variedade feita de qualquer jeito, mas não, ela acabou sendo uma mecânica divertida e que dava uma boa variedade. Os visuais e as músicas também são boas, e nisso não tenho tanto a comentar. Deu pra perceber que amei bastante esse jogo, mas sei que ele não é perfeito. Teve algumas coisinhas ali e aqui na gameplay que podiam melhorar um pouco e admito que sinto falta de coisas dos jogos 2D que não tem nesse aí, mas não diria que me atrapalhou substancialmente no meu divertimento. Kirby and the Forgotten Land é um dos jogos da série que mais me encantou, acertando em cheio nos seus planos e me enchendo de otimismo para os futuros jogos 3D dela. 

Você já gostou de algo muito fora de suas preferências pessoais? Uma daquelas coisas que tem uma ou vários tipos de coisas que não são muito do seu agrado, e que para sua surpresa, você gostou? Se eu falasse para o meu eu do passado que gostaria disso, dificilmente me convenceria, mas cá estou aqui, botando esse jogo nessa posição.
3: Echo (2021) 
Echo é uma Visual Novel de drama e terror psicológico, e uma das minhas maiores surpresas entre o que gostei. Sei que algumas pessoas meio-informadas (a parte do meio está no sentido literal) podem estar um tanto apreensivas ao bater o olho nisso aqui, e claro que não tenho como disfarçar esse fato. Echo é um produto Furry (uma subcultura sobre interesse em animais antropomórficos, demonstrada de várias maneiras) e também é um pouco mais voltado para quem for gay, mas isso não é um fator determinante na sua qualidade artística ou aproveitamento da obra, pois oferece muito para desfrutar, mesmo se você não for parte desses demográficos. Por ser Visual Novel, é claro que a história vai ser foco ao invés de gameplay, e a posição disso aqui no Top já dedura a minha opinião sobre ela. A história é sobre um grupo de amigos de infância revisitando a sua antiga cidade natal Echo, para aproveitar a oportunidade de reviver os velhos tempos, já que o protagonista da história (Chase) está fazendo um trabalho para a faculdade sobre o caso de histeria em massa ocorrido no local, e por um dos gêneros principais dessa história ser terror, é claro que o negócio vai dar ruim. No geral, eu não sou um cara muito de terror, não por dar medo, mas porque costumo sentir mais apatia nos supostos momentos de tensão e medo do que a maioria das obras do gênero esperam. Apesar disso, a narrativa aqui conseguiu perfurar essa defesa minha, me deixando genuinamente desconfortável, com sustos muito bem construídos e apresentando descrições que elevam bem a tensão, tudo isso sem recorrer a jumpscares baratos. A efetividade disso é ainda mais elevada pelo quão bem são apresentados os personagens e o local da narrativa. Os personagens são muito bem escritos e desenvolvidos, cheios de nuance em sua caracterização, desde as falhas até as suas ações, e mesmo a vasta maioria sendo pessoas que não gostaria de chegar perto, me apeguei a eles e suas histórias. Já é de se esperar que Echo seja pesado, até arriscaria dizer que é uma das obras mais pesadas que já tive contato, incluindo tópicos como drogas, sexo, abuso, estupro entre outros, felizmente os tópicos abordados foram lidados com maturidade e não os mostra como choque vazio. O ritmo é a cola que mantém cada aspecto da experiência firme, e sem isso ela não me prenderia tanto. Echo não é terror o tempo todo, visto que ele também dosa momentos de Slice of Life com os personagens fazendo coisas mundanas de boa, mesmo que isso não os impeça de ter a sensação de que algo de errado possa acontecer. Echo também é ótimo em ser sutil, com as suas explicações não sendo oferecidas de mãos beijadas, com descrições crípticas o bastante, mas compreensíveis o suficiente para não serem confusas, respeitando bem a inteligência do leitor e não sendo condescendente. Posso não ter muita experiência com o meio das VNs, mas sinto que a maioria me parece ter problemas em dosar o ritmo dos textos, sendo lacônicos demais para algo que exija mais texto ou sendo prolixos demais para muito pouco ou até pro que já é bastante. Echo tem por volta de 600 mil palavras e milagrosamente se salvou de ser uma história prolixa, pois senti que cada palavra importava e que a quantia foi o suficiente para contar a sua história. Isso não significa que a narrativa anda a mil por hora, pois a progressão dela é lenta, mas não chega a ser um lento tedioso. Por ser VN, a probabilidade de ser do tipo que tenha escolhas que alteram a narrativa e rotas atreladas a personagens é alta, e se você achou que esse seria o caso, acertou. Nem todas as escolhas importam, mas o jogo te fará questionar se está tomando os rumos certos, e nem é difícil pegar o "final bom" de cada rota, pelo quão sutilmente telegrafados são os rumos tomados pelas escolhas. Sobre as rotas de personagens, todas elas foram bem aplicadas, dando muitas camadas para os personagens principais ou secundários e a cidade de Echo, além de todas serem bem escritas e não sendo feitas puramente para romance (tem romance, mas não é o ponto principal) e não ser necessário fazer mil malabarismos para entrar em uma, é só escolher e pronto. Alguns preconceituosos irão achar que um jogo desses possa ser um pornô, e nem nego que há cenas de sexo aí, mas além de não serem muitas, elas não mostram nada visualmente explícito e se mantêm no texto, ainda mais que essas cenas não são retratadas como material para punheta, mostrando como a bagunça de emoções que realmente é e não sendo só eróticas (devo parabenizar Echo por ser uma das poucas obras que retratam sexo de forma honesta). De pontos negativos, menciono certas inconsistências na arte e a eficácia de escolher qualquer rota poder confundir o jogador, visto que certas rotas foram pensadas para o jogador pegar mais para o final e pegá-las no início pode gerar confusão. Mesmo não sendo culpa do jogo, ele só não fica mais à frente, justamente por ser tão fora da minha curva. Eu ter gostado tanto dele chega a ser um milagre. Echo pode não ter sido feito exatamente para mim, mas me cativou tanto com seus personagens complexos, mistérios instigantes, e ter me proporcionado emoções que eu não achava que sentiria.

Lembram que na décima posição desse Top havia mencionado que havia outro SMT na lista? A hora é agora.
2: Shin Megami Tensei - Devil Survivor (2009) 
Além de ser a minha porta de entrada pra MegaTen, Devil Survivor foi o meu início na busca de obras sobre a pandemia. Decidi começar por esse aqui, por que além de ser um RPG Tático, ele foi o que mais me interessou na premissa. "3 jovens estavam aproveitando o seu cotidiano em Tokyo, até eles descobrirem a existência de demônios e que eles podem usá-los como se fossem Pokémons através de dispositivos, e não foram só eles que descobriram, pois o governo descobre que há uma infestação de demônios na cidade, e decide impor uma quarentena e acobertar a situação. Então, os nossos heróis devem sobreviver à quarentena e achar uma solução para esse problema". Só de ler já deu para perceber que a situação da premissa é estranhamente parecida com a nossa pandemia, e esse foi o jogo que impulsionou o meu interesse em procurar obras que se assemelhassem a nossa pandemia ou que sejam sobre ela. Em questão de história, gostei bastante. O principal tema da narrativa é sobre os perigos de quando uma sociedade entra em colapso, e a situação da quarentena demonstra bem isso, com o psicológico da população se deteriorando e levando as pessoas aos seus piores comportamentos. Todas essas questões foram muito bem trabalhadas na narrativa e a forma que os eventos progridem de mal a pior é bem crível. Os personagens também não ficam atrás, com o elenco sendo consistentemente bem escrito, tendo boas histórias e certas nuances nas suas ações e personalidades, com nenhum deles sendo caricato demais (os personagens menos bons foram só OK, e os únicos que deixaram a desejar para mim foram os agentes do governo, por achá-los meio sem sal). Eu também gostei das rotas alternativas, e como os finais delas não tem uma solução 100% correta para o problema em questão, tendo boas doses de ambiguidade moral e com o roteiro não puxando saco para nenhuma delas. Por ser MegaTen, é claro que há várias coisas de mitologias diferentes, como demônios, deuses e muito mais, e isso é um aspecto da franquia que eu adoro, ainda mais nesse jogo, pela forma que ele aborda questões sobre o cristianismo, como a torre de babel e a natureza de deus. Em gameplay, o jogo também se sobressai, com mecânicas de batalha bem dinâmicas, boas doses de customização e uma variedade de missões. Outro ponto que me fez jogá-lo primeiro foi por ter um sistema de gerenciamento de tempo parecido com Persona,  em que você deve usar o seu tempo livre para conhecer os personagens, fazer missões e evitar a morte permanente de certos personagens, num período de 7 dias. Estava apreensivo antes de jogá-lo, pois SMT é uma franquia conhecida por ter uma dificuldade elevada (também um ponto que me deixou confuso por qual começar), mas quando fui jogar, não tive tantos problemas e peguei o jeito. Sim, o jogo é difícil, mas saber o que está fazendo ajuda muito, achei que foi um difícil moderado, mas isso vai de cada um, pois dificuldade é subjetiva. Também cheguei a jogar a versão de 3DS (Devil Survivor Overcklocked) no mesmo ano, e ela é tão boa quanto, adicionando novos demônios, melhorias de gameplay e balanceamento, melhorando os visuais e som, dublagem e um novo epílogo chamado de 8° dia, e jogá-la durante o meu estágio foi uma boa experiência. É evidente que adorei esse jogo, ele até virou um dos meus interesses especiais e se tornou parte da minha essência, mas também sinto que eu o superestimo. Como já tinha mencionado os agentes do governo serem sem sal em uns parênteses atrás, irei partir para outros problemas, como o jogo exigir um pouco mais de grinding do que outros MegaTens, a trilha sonora ser repetitiva por mais boa que seja, os designs de personagens serem um tanto qualquer coisa (especialmente as personagens femininas), ter poucas oportunidades para obter membros para o grupo até o final, alguns métodos meio obtusos de salvar personagens, alguns chefes chatos e apesar das rotas alternativas, as minhas jogatinas ficam cada vez mais parecidas com as outras a ponto de eu entrar em piloto automático (talvez esse último possa ser problema meu e não do jogo, sei lá). Por mais que ame esse jogo, não estaria surpreso se alguém se decepcionasse pelo tanto que  falo bem dele. Independente disso, SMT - Devil Survivor definitivamente se tornou um dos jogos da minha vida. Coisa que não deu para encaixar no texto: Eu também joguei o Devil Survivor 2, achei ele superior em gameplay, mas inferior em história se comparado ao 1°.

Antes de mostrar o primeiro lugar, vejam as 
Menções Honrosas:  
Magical Drop Pocket (1999): Gosto tanto de Magical Drop III, que até a versão mais limitada dele para o Neo Geo Pocket Color chega a ser divertida. É um port competente.
Touhou 7 - Perfect Chery Blossom (2003): Um Bullet Hell bem divertido que poderia estar no Top 20, se não fosse pelas minhas suspeitas de ter baixado uma versão Demo dele por engano.
Super Princess Peach (2005): Um jogo de plataforma simples e agradável, com uma mecânica de emoções interessante, e é bom ver a Princesa Peach protagonizando algo ao invés de ser sequestrada pela milésima vez. 
Melty Blood Act Cadenza Ver. B (2006): Achei melhor do que a versão Actress Again, pois tenho a sensação dos comandos serem mais responsivos, tem alguns modos exclusivos e não tem aquele sistema de luas obtuso. Quanto ao jogo, gosto do quão frenético ele é, apesar de não gostar de certos sistemas dele. 
The King of Fighters 2002 - Unlimited Match (2009): Possivelmente o melhor KOF, mas ele só fica nas menções honrosas por eu não ser tão chegado assim nessa franquia. 
Space Funeral (2010): Um RPG de Turnos surreal e engraçado que satiriza as convenções do gênero e há certas camadas interpretativas. Gostei dele, mas preciso de tempo para elaborar melhor a minha opinião. 
Kirby Triple Deluxe (2014): Um Kirby de 3DS que é bem divertido e com boas mecânicas e seleção de habilidades, mas ele peca em certas partes do Level-Design, tem uma trilha sonora fraca, e joguei o Forgotten Land antes. 
We Know the Devil (2015): Uma VN queer sucinta que é até legal. 
Catbird (2017): Um joguinho de plataforma para celular que é simples, divertido e não é Pay-to-Win
One Night, Hot Springs (2018) e Last Day of Spring (2019): Dois joguinhos que falam da experiência de ser trans no Japão que conseguem ser educativos, e ter profundidade para não te tratar feito uma criança mimada. 
Get sword, kill dragon save princess (2019): Um jogo de Bitsy mais focado em Puzzles do que narrativa, sendo divertido e com descontruções engraçadinhas de histórias de fantasia. 
Before Your Eyes (2021): Um jogo bem bonitinho sobre as nossas relações com memórias. 
Totsugeki 64 (2022): Uma Hack Rom de Super Mario 64 com memes de Guilty Gear. É satisfatório como o "Totsugeki" da May consegue burlar limitações do jogo de origem. 
Poinpy (2022): Esse é o jogo de celular que eu queria e não sabia, tendo uma jogabilidade desafiadora e intuitiva e nenhuma das tendências abusivas que assolam jogos desse tipo. 
The Bombs Have Been Dropped, I am Listening to Steely Dan and Wearing Cheap Sunglasses (2022): Um poema absurdista extremamente engraçado e com críticas ao capitalismo.
Aro (2022), The Adventures of Qunju Spark (2018) e Overthought (2017-2019?): Três jogos de Bitsy com o mesmo tema, que irei esclarecer melhor com a 1° posição desse Top

Nestes últimos meses, adquiri um gosto por jogos feitos por uma mulher com a alcunha de npckc, a maioria dos jogos dela são sobre as dificuldades de ser LGBT, abordando-as de uma forma educativa sem ser super didática e sem perder profundidade ao abordar esses problemas. O seu trabalho mais conhecido é a trilogia Springs, cujos 2 primeiros jogos estão nas menções honrosas. O 3° da trilogia foi o que mais me conectei emocionalmente por motivos que estou prestes a esclarecer.
1: Spring Leaves No Flowers (2019) 
Como o 3° jogo da trilogia, afirmo que Spring Leaves No Flowers se destaca em comparação aos seus antecessores. Os dois primeiros eram sobre as dificuldades de ser trans no Japão, com o 1° sendo sobre a perspectiva de Haru, uma mulher trans passando dificuldades em estar numa Onsen (casas de banho e hospedarias com fontes termais) por conta de seu gênero, e o 2° sobre Erika, sua amiga tentando procurar um spa que a aceite para oferecer lazer e relaxamento, na perspectiva de uma pessoa cis fazendo o melhor para simpatizar com a sua amiga trans. Os primeiros são sobre pessoas que já se descobriram e sabem quem são, o 3° é sobre alguém se descobrindo e que está confusa sobre quem é. Este último é protagonizado pela Manami. Nos anteriores, ela era uma amiga solidária, mas meio ingênua, e ao ver o seu ponto de vista, percebe-se que ela é tão cheia de ansiedade quanto a Haru, devido a sua vontade de evitar conflitos a impedir de falar o que está pensando. Isso é expressado pelo sistema de escolhas riscadas. A trilogia Springs, em questão de gameplay, é sempre voltada pra uma das capacidades mais básicas de Visual Novels, escolher diálogos que alteram a narrativa, e nesse 3°, há opções de diálogos que estão riscadas, como forma de representar o que a Manami tem medo de falar, e ao escolhê-las, ela acaba não falando e o jogador é forçado a pegar outras opções, tornando esse o mais difícil dos 3 quando se trata de pegar o final verdadeiro, visto que em certos pontos é necessário escolher as opções riscadas para avançar. Esse aqui humaniza muito bem a Manami e é um dos pontos que me fez gostá-lo, mas o motivo dele ter sido uma experiência pessoal para mim é outro. Não chega a ser segredo para alguns, pois tenho uma quantidade considerável de conhecidos que sabem disso, mas deve haver algumas pessoas que ainda não sabem disso, então: Eu sou arromântico e assexual (ou aroace caso refira a alguém que é os dois, como eu). O que isso significa? ser arromântico é sentir pouca a nenhuma atração romântica e assexual é sentir pouca a nenhuma atração sexual. Não é tão simples quanto arromântico não namora e assexual não transa, já que esse tipo de orientação está num espectro, também podendo ser Demi, que é sentir atração romântica ou sexual só depois de formar um vínculo emocional, Grey, que é sentir atração romântica ou sexual com pouca frequência ou em circunstâncias específicas ETC (não cobri o espectro tão extensivamente, mas estes foram os exemplos mais comuns que pude dar). Essa explicação minha é um pretexto para dizer que a história é sobre a Manami se descobrindo como aroace (tecnicamente, isso é um spoiler, mas é impossível explicar o quanto isso foi pessoal para mim sem mencionar aquilo). Na maioria das histórias sobre se assumir LGBT, quando os personagens se descobrem, eles geralmente se mostram 100% confortáveis com a sua identidade de uma forma caricata, mas aqui, mostra que o processo para se descobrir é confuso e até apavorante, e que mesmo depois de se descobrir, ainda há espaço para dúvidas. Admito que mesmo depois de ter me assumido como aroace, ainda tenho dúvidas sobre a minha sexualidade, e que também me enxergo na forma que a Manami tenta lidar com a sua descoberta, tentando justificar as inconsistências em seus sentimentos e tendo dificuldade em se abrir para outras pessoas por medo de que te julguem. Tudo isso foi lidado com elegância e a forma npckc de ser, o que me deixa bem feliz. Spring Leaves No Flowers é o meu 1° lugar nessa lista, não por ser uma das melhores coisas já feitas ou por ter mudado a minha vida, mas por ter me dado alegria de existir. 

Quais jogos você jogou em 2022? Quais foram os seus favoritos do ano? Já jogou alguns dos jogos deste Top 20? Tem interesse em jogar alguns deles? Gostou da postagem? Comente e compartilhe nas redes sociais, e que 2023 tenha felicidade!