domingo, 30 de outubro de 2022

Survival Mode Especial: Soul Eater - Battle Resonance (PS2)

Olá, Death Scythes, tudo bem? É um tanto vago se Animes são um tipo de gênero ou mídia, mas é inegável que eles têm se popularizado cada vez mais aqui no Ocidente nestes últimos tempos. Essas animações japonesas podem não ser do agrado de todo mundo, mas proporcionaram várias histórias que tocaram os seus fãs. Soul Eater é um Mangá/Anime que não é tão lembrado hoje em dia, mas fez um sucesso moderado na sua época (2008-2009) e é bem lembrado por aqueles que o curtem. Como qualquer Anime e Mangá que faz sucesso, Soul Eater foi expandido para outras mídias, incluindo games. Games baseados em Animes tendem a ser muito 8 ou 80, às vezes sendo muito bons, outras muito ruins e outras apenas sendo medianos. Mas em que espectro a qualidade de Soul Eater - Battle Resonance se encontra? é o que veremos. 

Fase 1: O Que É Soul Eater
Soul Eater começou como um Mangá de Atsushi Ohkubo publicado pela Gangan Comics em 2004 (por sinal, essa Gangan Comics é subsidiária da Square Enix e, sim, a Square Enix faz outras coisas além de RPGs). A sua adaptação em Anime chegou em 2008 e fez um sucessinho razoável, mesmo que tenha terminado prematuramente (o Anime terminou em 2009 e o Mangá em 2013). Simplificando a premissa, dá para dizer que se passa em Shibusen, uma escola na qual os seus alunos caçam demônios (na verdade são humanos corrompidos, mas tanto faz) e bruxas. Ela é a principal instituição de treinamento para pessoas que viram armas (não questione) e aquelas que as usam. O objetivo dos alunos é fazer com que a arma absorva 99 almas de demônios e 1 de bruxa para torná-la uma Death Scythe, um tipo de arma fortíssima para ser usada pelo diretor, o Shinigami-Sama (também conhecido como Doutor Morte ou Lorde Morte, nas versões brasileiras). Não sei se esse resumo fez jus ao que Soul Eater é, mas tanto faz. Mesmo não sendo tão importante, posso dizer um pouco da minha opinião da obra: É até legal, não é um dos Animes ou Mangás que eu mais gosto mas é competente, gosto da sua ambientação, lutas e carisma, mas tenho problemas com a implementação de Fanservice.
Fase 2: Gráficos 
Os seus gráficos são meio mistos na qualidade. Os cenários e modelos de personagens não chegam a ser muito ruins e até conseguem traduzir bem o estilo da obra para o jogo, mesmo não sendo grande coisa. Mas o que destrói o visual de vez são as animações. Os principais adjetivos que uso para descrevê-las, são duras e sem vida. A forma com que os personagens se movimentam é bem travada e me dá a estranha impressão de que são simultaneamente muito leves e muito pesados. Outra coisa que me incomoda são as expressões faciais. Os rostos dos personagens são apenas textura, mas não é isso que me incomoda e sim que em boa parte dos golpes eles acabam sendo muitos estáticos, e somando isso com as animações porcas e pouco dinâmicas, acaba deixando o negócio ainda mais enfadonho (as expressões até mudam em algumas das intros, e também quando tomam dano, mas não chega a salvar o resto).
O pior de tudo, é que essas animações nem chegam a ser engraçadas por serem ruins e não me dão gosto de tirar sarro (para ter ideia, Mortal Kombat 4 sofre destes mesmos problemas, mas lá eu as achei  engraçadas pela "malfeitice"). Mesmo conseguindo traduzir bem o estilo visual da obra para o jogo, as animações não chegam a compensar. 
Fase 3: Som 
Assim como nos gráficos, a trilha sonora também é mista na qualidade. Não tenho opiniões muito fortes sobre as músicas, algumas até são legaizinhas, mas boa parte delas não se destacam tanto, sendo só medianas, diferente das músicas do Anime, que são muito boas. 
Os efeitos sonoros também são como as músicas, medianos, e não se destacam muito. Sobre as vozes, são as mesmas do Anime e os dubladores realmente fizeram um ótimo trabalho, mas por ter muita gritaria nas vozes fica meio cansativo de ouvir por um tempo (eu fui perceber depois, que esse meu problema com gritaria era só com Maka, Black Star e Ragnarok, o resto é de boa). Um problema recorrente no áudio desse jogo é a compressão. As músicas são a parte que menos sofreu com isso (pelo menos a um certo nível), mas é nas vozes e efeitos sonoros que fica mais notável. Os sons e vozes são todos abafados, e o que me estranha mais é que no modo história as falas dos personagens estão em uma qualidade aceitável e não muito abafada, além de que a música sempre diminui de volume quando as lutas ocorrem (não, o fato dele ter sido lançado simultaneamente com a versão de PSP não justifica as mancadas no som e no visual, e o jogo é de 2009 e ambos os consoles já trilharam bastante para ter jogos que tirassem proveito deles nesse período). Em resumo, a trilha sonora desse jogo é uma bagunça.
Fase 4-1: Combate 
Por ele ser um jogo de luta, essa é a parte mais importante. Diferente de vários jogos de luta de Anime, Battle Resonance decide usar o esquema parecido com jogos de luta 2D clássicos, ao invés dos típicos Arena Fighters de outros joguinhos de Anime. Os direcionais e o analógico controlam o personagem e ao direcioná-los para cima os faz pular (estranhamente, não tem como agachar nesse jogo), o ◻ é o ataque corpo-a-corpo e o △ é o ataque com arma, o X faz o ataque especial do personagem, ⭘ carrega lentamente a barra de energia (e apertá-lo junto à direção para frente, dá uma agarrada no inimigo), e quando ela estiver cheia, apertar o L1 e R1 juntos fará a ressonância de alma (não irei dar explicações de lore aqui), o que aumentará o nível da barra, e caso chegue no nível máximo (o 3° nível), o personagem poderá dar um super golpe que tira tanto dano que eu achava que era um Insta-Kill na primeira vez. Até mesmo no que importa, esse jogo não se salva. Por mais que eu aplauda a decisão de não terem usado o formato de Arena Fighter, ainda tem problemas consideráveis. Aquela estranha impressão de ser simultaneamente leve e pesado nas animações também se aplica aqui. A mobilidade e os golpes são muito flutuantes, ao mesmo tempo que parecem ser pesados e tudo ser travado demais pra ser bom de jogar. As lutas também acabam não tendo muita estratégia, se resumindo em esmagar botões ou spammar projéteis e foi com essa 2° opção que eu resolvi vencer a maioria das batalhas. E isso acabou se provando eficaz. Eu até entendo o que os desenvolvedores planejavam com o combate desse jogo, um jogo de luta feito para ser acessível até para quem não costuma jogar jogos de luta (algo justo, pois não é todo fã de Anime que tem habilidade para esse tipo de jogo), e dependendo do ponto de vista é possível se divertir com o que tem, mas o negócio acabou sendo tão travado e limitante que acaba sendo mais chato do que divertido (pelo menos ele não é "injogável"). 
Fase 4-2: Modos de Jogo 
Eu não tenho muito a comentar sobre os modos de jogo, já que são poucos: O Single Mode é só um compilado 3 modos onde o jogador luta contra a CPU (Arcade, Free Battle e Team Battle); O Versus Mode é apenas o Free Battle e Team Battle no Multiplayer (se você jogou KOF, já sabe como o Team Battle funciona); O Adventure Mode é basicamente o modo história, no qual você faz missões que são relacionadas aos eventos do Anime ou não. Por último, temos as Voice Settings, em que eu acho que você muda os conjuntos de falas dos personagens (eu não entendi bem como essa joça funciona) e as Opções, onde você muda coisinhas bem básicas, como volume e o mapeamento dos botões. Como podem ver, esse jogo não tem muitos modos e a quantidade e duração deles não é o bastante para manter os jogadores entretidos. Mesmo sendo algo ruim, esse não é o pior dos pecados e sim: não ter nenhum tutorial ou modo de treinamento. Apesar de ser um jogo de luta mais simples e acessível, um iniciante pode não estar ciente de como o joga na primeira vez e a falta desses modos pode botar mais sal na ferida. Ainda assim, duvido muito que esse jogo teria um tutorial que fosse bom, então um modo de treinamento pode ser o bastante. Eu perdoaria a falta de um modo de treinamento se fosse um jogo da época do SNES, quando os jogos de luta ainda estavam começando a ganhar popularidade e não tinham muito com o que trabalhar, mas em 2009 já é inaceitável, pois nesse ponto já é obrigatório um jogo de luta ter um modo de treinamento e a falta de um o prejudica consideravelmente. 
Fase Final: O Verídico 
Prós: 
+ Até tem um pouco do charme de Soul Eater 
+ Não é injogável 
Contras: 
- Animações duras e sem vida 
- Bagunça no áudio 
- Jogabilidade travada 
- Pouco conteúdo e ausência de modo de treinamento 
Nota Final: 
3.8 
Resumindo: Soul Eater - Battle Resonance é um jogo de luta de Anime onde as palavras chave são incompetência e economia de trocado. Mesmo tendo o charme da obra original, não é o suficiente para salvar o resto. O combate, apesar de que dá para se acostumar com ele, de boa, não o torna bom devido ao quão travado e limitado é o seu funcionamento. Além disso, as animações são péssimas, a trilha sonora tem discrepâncias em cada área e há pouco conteúdo para desfrutar, com a falta de um modo de treinamento sendo o pior pecado possível. Talvez até possa te divertir um pouco se for fã da franquia, mas mesmo assim, ele não oferece muito de substancial. Além  disso, focar tanto em trazer referências para os fãs ao invés de oferecer uma gameplay competente é justamente o seu maior problema. 

Já conhecia Soul Eater? Se teve contato com a franquia, o que achou? Já jogou esse jogo? Gostou da postagem? Comente e compartilhe nas redes sociais, Bye Bye! 

Recado Final: E por fim, este especial chega. O título "Especial" não é só por ser um especial de Halloween, mas por ser o ponto onde eu finalmente irei largar o meu sistema de pontuação de 0 a 10 e o nome "Survival Mode" para o meu quadro de reviews. Foi bom enquanto durou. A partir de agora, farei retoques  neste quadro meu e em como avalio os games.