A história contada nesse aqui é sobre uma pessoa tentando procurar uma página no Tumblr que não existe mais. O Tumblr é uma rede social que não tenho e nem pretendo ter (as únicas pessoas que eu conheço que tiveram foram a minha irmã e algumas das amigas dela), mas não foi isso que me fez conectar com essa narrativa, e sim, que esse tipo de coisa pode ser aplicada pra qualquer lugar da internet. Memoricídio muitas vezes é sobre algo mais físico, como civilizações, lugares ou o que for, mas o memoricídio digital também existe e continua sendo presente no nosso mundo. Na nossa era, temos tanta informação acessível a todo momento, e já que é possível acessar informação com tanta rapidez, também é fácil deletar qualquer informação com tanta rapidez, e é justamente essa rapidez que torna o memoricídio digital tão assustador quanto o físico. Havia vários sites que eu visitava quando criança que não existem mais, e não apenas sites, como também vídeos, artigos imagens ETC. Não é só nos espaços virtuais que penso, também penso nos locais que gostava de ir na infância, os quais não existem mais. Eu acho triste essas coisas não existirem mais, pois por mais que algumas delas não tenham um impacto cultural forte, ainda me proporcionaram algo positivo e não ter a chance de experiênciá-las pela 2° ou 1° vez é lamentável. Até mesmo eu estar jogando isso no itch.io reflete um pouco dessa perda, pois é o mais próximo que tenho da sensação de jogar os jogos em Flash no Click Jogos ou outros sites do tipo (também é apropriado que a única música tocada nesse jogo ser de um MMO extinto). I Miss When the Internet Was Chronological serve como lembrete para o que foi perdido nessa nova era.
Shovel Knight Pocket Dungeon é um roguelike que é um spin-off do meu querido "Cavaleiro da pá". Vocês leram o termo roguelike sendo usado, mas o que ele significa? Roguelike é um gênero de jogo que é caracterizado por fases geradas proceduralmente e por morte permanente, fazendo com que cada vez que o jogador morra, o jogo seja drasticamente diferente devido a soma do jogador perder tudo que obteve ao morrer e ao aspecto aleatório de como as fases são geradas (roguelike é usado para se referir a esse tipo de jogo, por conta da influência de Rogue, um jogo do início dos anos 80). O motivo de eu me cansar fácil com roguelikes, é que eu não acho os mapas procedurais interessantes o bastante pra ficar repetindo as jogadas, e isso acaba não me prendendo com muita facilidade. Talvez seja a falta de mapas que me fez não cansar. Diferente de muitos roguelikes, esse aqui não é um dungeon crawler, e sim um jogo de puzzle, mais especificamente, naquele estilo de estourar pedrinhas. Elementos típicos de roguelike como upgrades que são perdidos com o game over e reiniciar tudo desde o começo estão aí, só que esse jogo me deu mais a impressão de um jogo de puzzle que veria num arcade do que um roguelike indie qualquer, e tratá-lo como se fosse isso me ajudou um pouco. Bem eu gostei dele apenas por ser uma diversão simples, e está tudo bem. Achei-o rápido, recompensador, customizável e cada jogada que eu fazia era uma delícia. Mesmo que as minha razões não sejam profundas, Shovel Knight Pocket Dungeon entra facilmente para os meus favoritos.
Antes de mostrar o primeiro lugar vejam as
Menções honrosas:
Project Justice (2000-2001): É um jogo de luta bem legal e com muita personalidade, mas tenho um pouco de dificuldade em me acostumar com os controles meio duros.
Murder Dog IV (2011): Nada como um jogo simples de meia-hora que é engraçado e satírico para alegrar o meu dia.
Magical Witch Bell and Her Non-Magical Friends (2017): A npckc ataca novamente com uma VN bem simples e amigável, de qualidade.
Deltarune - Capítulo 2 (2021): Ótimo e tão bom quanto Undertale, mas já que está nos capítulos iniciais e os outros ainda não chegaram (por enquanto), ainda não posso julgar com tanta exatidão.
Bad Monday Simulator (2022): É estranho que uma paródia de Undertale consiga ser tão boa e desafiadora.
Lunistice (2022): Um jogo de plataforma 3D bem divertido que remete um pouco aos clássicos da 5° geração.
Tet (2023): Um jogo à la WarioWare no qual você cozinha um jantar para o ano novo vietnamita não é algo que se vê todo dia.
You Are Dough (2023): A npckc fez um poema bem bonitinho e interessante.
Musical de Primeiro de Abril (2023): Nunca imaginei que veria um Youtube Poop do Guilhox sendo adaptado como uma Visual Novel.
Mr. Platformer (2023): Um jogo de plataforma 2D legalzinho com reviravoltas interessantes.
Super Mario Wonder (2023): Joguei pouco por não ser eu que tenho o jogo (quem tem é o meu irmão), mas o pouco que joguei com o meu irmão e o meu cunhado me divertiu bastante e é provável que seja o meu Mario 2D favorito.
The Mountain is as it Always was (2023): Um bitsy bem bonito sobre as ansiedades e o vazio da vida adulta e as perdas que vem com ela.
Você já alguma vez na sua vida entrou em contato com alguma obra ou produto que é tão alinhada com os seus gostos que parece que fizeram só pra você? esse é o caso do meu 1° lugar dessa lista.
1: Jojo's Bizarre Adventure - 7th Stand User (2010-2014)
Eu não o menciono aqui no blog por conta do tema de games, mas quem me conhece bem sabe que sou um grande fã de Jojo, o seu estilo exagerado e batalhas empolgantes fizeram essa série de Animes/Mangás serem um dos meus maiores interesses especiais desde 2016. Esse fangame é a melhor adaptação de Jojo para um videogame, mesmo não oficial. Ele adapta a parte 3 da franquia, com o diferencial de que o próprio jogador é o protagonista junto com o próprio grupo principal dessa parte. Ok, esse não é o único diferencial, mas vamos por partes. O jogo começa com um teste de personalidade que determina os poderes do nosso avatar. A partir daí, segue os eventos da parte 3 do começo ao fim, mas isso não é um mero reconto da obra original, já que tem cenas originais e formas alternativas de subverter a narrativa original. É possível que a sua jogada possa ser só um reconto da história original com o seu avatar apenas acompanhando, mas a graça está nas formas disponíveis de alterar o curso da história, como derrotar inimigos antes da hora, acompanhar momentos que a narrativa original não mostra (como a recuperação do Kakyoin no hospital), salvar personagens que originalmente morreram e muito mais. Isso tudo junto com as variações geradas por poder, gênero e físico dão muitas rotas para serem seguidas e segredos para encontrar, e esse tanto de conteúdo vindo de um jogo feito no RPG Maker 2000 e por 1 uma pessoa só é mais do que impressionante (imagina o trabalho que foi testar tudo isso na hora da produção). Em questão de gameplay, ele é um RPG de Turno que se assemelha a algo que você veria num Nintendinho ou num Game Boy e posso dizer que é bem padrão desse tipo de jogo. Por mais que o combate em turnos não brilhe tanto com os inimigos comuns, ele consegue brilhar nos chefes, por conta do aspecto estratégico e de tentar entender os poderes de cada um, capta muito bem como é uma luta em Jojo. Claro que o game não é perfeito, ele sofre com armadilhas chatas, grinding levemente incômodo e alguns momentos de progressão obtusa, mas aceitá-lo por essas falhas me fez apreciá-lo mais. Quando descobri que teve influência de uma franquia da Square Enix chamada SaGa (nos aspectos variáveis de cada jogada e alguns easter eggs), me despertou o interesse de querer adentrá-la (foi Jojo que despertou o meu interesse em Queen, então essa série me incentivou mais uma vez a procurar outras coisas). Mesmo que não seja perfeito, 7th Stand User é um dos jogos mais "eu" já feitos, incluindo muita coisa que gosto e homenageando um dos meus maiores interesses especiais com respeito.
Quais jogos você jogou em 2023? Quais foram os seus favoritos do ano? Já jogou alguns dos jogos deste Top 10? Tem interesse em jogar alguns deles? Gostou da postagem? Comente e compartilhe nas redes sociais, Feliz 2024!