domingo, 31 de dezembro de 2023

Yanser Reviews: Metal Gear Rising - Revengeance (Xbox 360)

 


Olá, povo ninja futurista, tudo bem? Eu lembro com clareza quando eu comecei a jogar este game. Eu o encontrei numa vitrina de um quiosque no shopping da minha cidade em 2017, e por ter visto que ele era consideravelmente mais barato do que os outros jogos de Xbox 360 que estavam nela, decidi comprar e dar uma chance. E, quando joguei, acabei adorando cada segundo dele, tanto que eu  tinha escrito uma review na época que foi extremamente amadora. Essa review de hoje é tecnicamente um remake da original, feita pra mostrar não só a minha evolução, como também, as leves reformuladas que fiz no formato das minhas reviews (como o sistema de notas e o novo nome do quadro), além do ano ser 2023, que é o ano que esse game completa 10 anos (ok, já faz meses que ele completou 10 anos,  foi mal pela demora). Então, peguem uma katana pra fatiar o que vier, pois essa review sairá com sede de sangue. 

Fase 1-1: Sinopse do Enredo 

A história se passa no ano de 2018, onde ciborgues e robôs de qualquer tamanho com funções mais avançadas do que qualquer um que exista hoje em dia são ocorrências normais, e ignorando esse passado-futuro que nunca existiu, vamos seguir em frente. Após o colapso dos Patriots (uma organização vilã de Metal Gear Solid 4 sobre a qual não irei entrar em detalhes), várias de suas subsidiárias acabaram se dividindo em facções criminosas, abusando da tecnologia ciborgue como um meio para os seus fins. Fazendo parte de uma organização conhecida como Maverick Security Consulting (Consultoria de Segurança Maverick, pra quem não sabe inglês), Raiden estava servindo de guarda-costas para o primeiro ministro de um país africano não especificado, porque a Maverick estava trabalhando na recuperação dessa nação que foi afetada por uma guerra civil. A missão acaba dando errado por conta do ataque de uma facção conhecida como Desperado, e depois do ocorrido, Raiden e sua equipe partem para investigar os paradeiros da Desperado e impedir seus planos. 

Fase 1-2: Opiniões Sobre o Enredo

Metal Gear é um franquia conhecida por enredos complexos e elaborados. Suponho que por ser um Spin-off mais voltado pra ação, a escrita não seja tão bem trabalhada quanto os títulos principais, mas por não ter jogado boa parte dos seus títulos principais, não tenho como opinar em relação a isso (mas eu já levei spoilers o bastante pra entender certas partes da lore). E se os jogos anteriores são necessários para entender esse, digo que não. Há algumas menções de certas coisas da franquia, mas muito do que se passa aqui é autocontido o bastante pra ser aproveitado por qualquer um. Por ser Metal Gear, é de se esperar que algumas pessoas vão olhar torto em relação ao storytelling devido a má fama da franquia ter mais diálogo expositivo do que gameplay e, pelo que me parece, as exposições aqui são mais breves do que na franquia principal. A história ainda é um pouco maior do que a maioria de jogos de ação desse tipo, mas com um pouco de paciência percebe-se que as exposições não são tão duradouras e todas podem ser puladas sem fazer tanta diferença, já que entender a história aqui não é tão necessário assim. O enredo aborda coisas como os problemas da guerra e da sociedade e faz discussões filosóficas, e tudo isso é 100% direto e na sua cara, nada é alegórico e o subtexto que se dane (só pra esclarecer, isso não é um insulto). Talvez não seja a reflexão mais profunda destes tópicos, mas é interessante ponderar sobre. Por mais que as camadas de profundidade sejam legais e tal, não é isso que me atraiu pela história e, sim, o seu senso de diversão. Todas as cutscenes são bastante teatrais, com os personagens realizando sequências exageradas e absurdas sendo levadas totalmente a sério, sem o menor medo de ser feliz, e isso só será um problema caso a sua suspensão de descrença não seja muito alta, e como não é o meu caso, achei incrível. Há muitas cenas e frases memoráveis, tantas a ponto de ter gerado vários memes até hoje, e melhor ainda que o jogo menciona o conceito antropológico de memes, ou seja, uma ideia que se replica por cultura, assim como os genes se replicam na biologia. De uma certa forma, até faz sentido esse jogo ter tanto meme, as frases e cenas são altamente memoráveis e 100% diretas com 0% de sutileza, com os seus momentos sendo replicados e distorcidos várias e várias vezes por conteúdos na internet, sendo preservado e imortalizado na nossa rede. Se é um dos melhores enredos dessa franquia, não posso dizer, mas o que é mostrado aqui é engajante o bastante pra me fazer gostar dele.

Fase 2: Visuais 


Em questões visuais, diria que MGR se sai bem. Considerando que é de 2013, a modelagem dos cenários e personagens é bem feita, com eles sendo bem detalhados e mantendo um bom nível de fotorrealismo. Eu podia muito bem só ficar nesse negócio de o gráfico é realista, então é bom e bonito, mas se deixasse por aí mesmo eu estaria sendo insincero, pois eu não gosto de gráficos realistas, porque eu os acho artisticamente insossos. Para elaborar, acho que muitos desses jogos com esse estilo acabam se parecendo demais uns com os outros e não oferecem muita criatividade e, também, não acho uma escolha sábia investir nesse estilo, pois além de ser mais caro, tem mais potencial para ficar datado do que um jogo com visual mais estilizado. Pra mim, se fizer um visual realista, ofereça algo além disso, e acho que o MGR possa ter algo além disso. Por mais que os gráficos caiam na moda de cores neutras e sujas desta geração, vou ter que dar o braço a torcer pelo seu uso. Quando outras cores são usadas, é para dar ênfase em outros elementos, como os designs de personagens, interface ETC. Os designs de personagens são distintos e memoráveis o bastante para quebrar a monotonia. Outra coisa que auxilia o visual são as animações, que além de serem legíveis o suficiente para o jogador, não são limitadas pelas barreiras da realidade e são capazes de deixar as sequências de ação estilosas. Apesar do meu desapreço por gráficos realistas, digo que esses aí conseguem se salvar um pouco pra mim. 

Fase 3-1: Música  
Além das cutscenes e combate, outro ponto de destaque desse game é a sua trilha sonora. As músicas seguem uma mistura de Heavy Metal com Música eletrônica, sendo bem enérgicas e acentuando a ação do jogo, conseguindo ser empolgantes e de ótima qualidade. Por mais que possam ser cacofônicas para alguns, pelo menos fico contente por serem distintas, já que boa parte das músicas elogiadas são os temas dos chefes, que são uma das partes memoráveis do jogo, apesar de ter uma certa quantia de músicas hollywoodianas meio desinteressantes. Outra coisa que me deixa contente é que isso é um videogame e não um filme, porque as músicas boas de verdade são reservadas para os momentos de gameplay, pois se fosse um filme, não acho que seria tão capaz de fazer os usos musicais interessantes daqui. 
Algo que devo ressaltar sobre as músicas cantadas é que elas nem sempre são usadas logo de imediato nas boss fights, geralmente com as versões instrumentais tocando em boa parte das lutas, com os vocais sendo mais reservados para o clímax delas, e essa música que coloquei (detalhe: é o tema do 1 chefe) é um ótimo exemplo, pois a letra só começa a tocar quando você tá nos momentos finais da luta (ou seja, logo quando você tá vencendo). As letras também servem para caracterizar, de forma metafórica, os chefes ou situação em questão, e já que boa parte deles segue aquele estilo de inimigo da semana, em que cada um só aparece nos respectivos arcos em que são atribuídos e nunca mais voltam (com algumas exceções), funciona muito bem. Fazer tudo isso com BGMs (background music) não intrusivas seria quase impossível de replicar se fosse em outra mídia além de videogames. 

Fase 3-2: Efeitos e Vozes
Sobre os efeitos sonoros, eles são bastante satisfatórios, com cada golpe tendo um impacto delicioso que é difícil de enjoar, e não são só os de combate que são gostosos, as notificações de missão, coleta de itens avaliação de performance entre outros, também dão muito gosto de ouvir e colocam um temperinho extra na experiência. 
A dublagem também tinha de ser boa, com o tanto de meme que tem das cenas, as vozes podiam muito bem causar uma boa impressão, e isso é verdade. A performance dos personagens combinam com cada um e tem um nível apropriado de expressividade para os contextos presentes, e lembram do que tinha comentado lá na Fase 1-2 sobre um senso de diversão e teatralidade? isso também se aplica às performances. Por mais boas que sejam, admito que elas chegam a ser meio cafonas, e nem digo isso como um insulto, pois me dão a impressão que os dubladores estavam se divertindo durante o processo e contribuem mais para a teatralidade do negócio. A única voz que lembro não ter sido tão boa, foi a de um NPC resgatado na fase do esgoto, mas não é o bastante para estragar a experiência. 
O conjunto inteiro dessa trilha sonora dá um acréscimo maior pras qualidades desse jogão.

Fase 4-1: Controles
Como o jogo é um Hack ‘n Slash (ou para os leigos, jogo de sair fatiando tudo que vê pela frente), é claro que a jogabilidade é a parte mais crucial desse negócio, e como um jogo com o DNA de Devil May Cry e Bayonetta, é claro que tinha de ser competente. Como adendo, os parênteses do título já dizem que essa review foi feita com a versão de Xbox 360 e os comandos explicados são condizentes com essa versão. Andar com o analógico esquerdo, controlar a câmera com o analógico direito, pular com o Botão A e pausar no Start são coisas óbvias e que quase todo jogo faz, então vou partir pra detalhar mais o resto. Os Botões X e Y são os botões de ataque fraco e forte, e dependendo da sequência ou timing, fazem golpes e combos variados, e apertar o X antes de ser atacado faz uma aparada que te impede de levar dano. O Botão B é o de ação, permitindo fazer interações contextuais como acionar interruptores, abrir portas ETC. Como a série principal de Metal Gear são jogos de Stealth (jogos de espionagem, para os leigos), MGR herdou alguns elementos, como poder se esconder dos inimigos e eles terem um limite de tempo pra te notar, e apertar o B quando se está de costas pra um inimigo te permite fazer um ataque furtivo que o mata na hora. Esses elementos de Stealth são superficiais e desnecessários, mas são inofensivos o bastante para relevar a sua presença. O Botão Back serve pra ativar conversas opcionais com os membros da MaverickRB trava a sua mira num inimigo específico, o LB serve pra usar as armas secundárias, segurar o RT dá a Corrida Ninja, no qual também é possível atacar e fazer um parkour automático ao correr em certas superfícies. Segurar o LT é o Modo Lâminaque nada mais é do que uma função que faz o mundo ficar em câmera lenta e deixa o Raiden fatiar inimigos e alguns objetos em pedacinhos por pedacinhos e, como se isso já não fosse satisfatório o bastante, se você cortar em certos pontos e apertar o B, dá para arrancar e absorver os eletrólitos dos inimigos (todos os inimigos são ciborgues e robôs, então faz sentido), fazendo o Raiden recuperar toda a barra de vida e a barra do Modo Lâmina. E por último, as direções do D-Pad, com a de Cima sendo um radar que mostra os seus arredores e a localização do objetivo principal, a da Direita sendo um menu para trocar as armas e os itens de cura, e a de Baixo usa um item de cura. 

Fase 4-2: Combate 
Como os comandos funcionam bem, o combate também funciona bem. Por compartilhar o DNA de Devil May Cry, é claro que terá comparações com ele e outros que tem o mesmo DNA (ou como apelidaram esse tipo de jogo: Character Action, um nome que eu acho muito tosco). Só como um adendo, a minha experiência com os Character Action não é muito extensa, o único DMC que joguei foi 3, no qual joguei pouco (também foi o mesmo com Bayonetta), cheguei a jogar um pouco de God Hand até a 2⁰ fase (porque o meu disco deu defeito) e joguei Hi-Fi Rush até o fim, tudo que eu posso estar dizendo aí é fruto da minha pouca experiência com o gênero e coisas que outras pessoas dizem, além da minha opinião pessoal. Character Actions (também conhecido como Spectacle Fighters entre outros nomes) são jogos de ação com foco em combate, nos quais a ênfase está em combos elaborados com animações estilosas e muita profundidade mecânica. Em DMC, o jogador não precisa só esmagar botão pra fazer combo, é necessário entender como cada golpe funciona para tirar proveito, além de ter uma barra que avalia a performance dos combos baseada não só na quantia de hits, como também no quão variados eles são, incentivando o jogador a usar uma abordagem mais tática na hora de atacar. Em MGR, o negócio é mais agressivo, pois os golpes do Raiden fluem muito bem entre si e não são construídos em volta de sequências muito específicas, o que também pode levar o jogador a esmagar botões sem muita repercussão. Não digo isso como insulto, é que o foco aqui é outro, pois ao invés de sequências complexas e variadas, o foco está em se manter num fluxo de ataques quase ininterruptos enquanto lida com a ofensiva dos adversários. Entendo os fãs de outros jogos do gênero que criticam esse aqui pela falta de profundidade mecânica, o combate é bem esmaga botão, os inimigos comuns são meio insossos, há mecânicas supérfluas e a aparada consegue trivializar os combates se souber o que está fazendo, mas a simplicidade funciona bem para introduzir novatos ao gênero e achei satisfatório esmagar os botões devido a forma que os golpes fluem. Só porque eu gostei do combate, não significa que eu vá passar pano para os problemas. As armas secundárias são tão limitadas e situacionais que são quase inúteis, e além da katana principal, também há mais 3 armas principais ( uma lança, um sai e 2 machetes) mas só a lança consegue se equiparar com a katana, pois ela tem um moveset completo, diferente das outras 2 que também são limitadas e impráticas como as secundárias e, por toda a troca de itens ser mapeada no D-Pad, causa interrupções na jogatina. A câmera também não é grande coisa, sendo um tanto travada e perto demais do protagonista para dar uma boa visibilidade da jogatina, e com a maioria das lutas sendo em espaços fechados, isso não ajuda muito (ainda mais que a função de travar a mira é inútil com múltiplos inimigos na tela). Os Quick Time Events eu não tenho muito a comentar, pra mim eles só cumprem a sua função e mais nada (exceto ter de balançar o analógico para parar atordoamento, esse sim eu odeio). Independente dos tropeços, gostei desse combate. 

Fase 4-3: Ritmo 
MGR é pura ação desenfreada, não há enrolações e não há fases chatas o bastante para me desanimar de jogar, com tudo durando o suficiente. A parte do “não há enrolações” é só meia-verdade, porque há conversas de codec obrigatórias meio demoradas que interrompem a jogatina e nem sempre adicionam algo de interessante, e as Missões de Realidade Virtual que oferecem desafios chatos, mas como todas essas partes podem ser puladas, o “não há enrolações” deixa de ser uma meia-verdade para ser uma verdade completa (e melhor ainda pras Missões de RV, que são apenas uma opção separada da campanha no menu). O jogo ser curto também ajuda nisso, já que ele pode ser zerado entre 3-7 horas, tornando o negócio conciso e pouco arrastado (e por favor, não dê ouvidos aqueles gamers chatos que exigem que videogames tenham 666 horas de conteúdo, isso é tudo falácia). 

Fase Final: Veredito 
Prós: 
+ Visual explosivo 
+ Trilha sonora empolgante 
+ Combate fluido e frenético 
+ Chefes bombásticos 
+ Ritmo consistentemente rápido 
+ As cutscenes até são divertidinhas
Contras: 
- A câmera não chega a ser tão confiável 
- Armas secundárias limitadas 
- Missões em RV 
- As dificuldades mais altas podiam ser melhor trabalhadas 
Pontuação Final: 
Troféu de Ouro 
Resumo: Metal Gear Rising é um baita jogo. Ele está em constante ação desenfreada, apresentando um combate fluido e frenético, uma trilha sonora que empolga, um senso de estilo que rivaliza os melhores filmes de ação, uma história interessantinha, cenas teatrais, ótima duração e ótimos desafios. Claro que à gameplay falta polimento em certas partes e não tem tanta profundidade quanto aparenta, mas ele ainda consegue ser bem satisfatório e introduzir bem jogadores novos ao mundo dos "Character Action". 

Já jogou MGR antes? Se sim, o que achou? Valeu a pena a demora dessa joça? Gostou do meu sistema de notas? Gostou da postagem? Comente e compartilhe nas redes sociais, missão concluída.

7 comentários:

  1. Mesmo que a história não seja o mais importante, gostei do enredo e achei o troféu de ouro muito bem aplicado.

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  2. Gostaria de saber como você descobriu tanto sobre o enredo.

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    1. Acho que talvez você não saiba o que são "cutscenes" em games.

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  3. Rapaz quanta observação importante!!!! Gostei muito da musica do jogo parace muito dura e agressiva!!!! Os gráficos são muito bons para a época que foram feitos mas não acho q gráficos realistas sejam muito necessários ....mas ajudam...só ñ podem atrapalhar a jogabilidade!!!!

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  4. Gostei da explicação do jogo e do escolhido para o troféu. Sua escrita é muito boa, infelizmente não sou jogadora para analisar os outros itens.

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  5. Já estou a postos com a minha catana!

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  6. Gostei de sua análise, apesar de nunca ter me aventurado num jogo desses. Se fosse jogar acho que gostaria de algo assim, com o enredo mais bem elaborado, do que só "esmagar os botões". Além disso eu sou de outra época, ciborgue pra mim é o "Homem de seis milhões de dólares" e olhe lá.

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