domingo, 20 de outubro de 2024

A polêmica das histórias vazadas de Pokémon

 
Olá, povo vazado, tudo bem? No meio das burocracias da minha matrícula no curso de biblioteconomia e da demora da minha review de Street Fighter 3rd Strike (é por isso que este blog ficou parado por 4 meses), a Game Freak acabou tendo 1 Terabyte de dados vazados por um hacker na internet, que vão desde conteúdos descartados até planos futuros. Mesmo com essa introdução, eu não estou aqui para abordar o vazamento no geral e, sim, uma série de conteúdos descartados que causou uma polêmica enorme nas redes sociais, desde clickbaits para gerar engajamento até memes sem graça. Os usuários mais cronicamente online já sacaram que estou aqui para falar sobre as histórias descartadas que abordam "relacionamentos íntimos" de Pokémons com humanos, e a minha intenção é desmistificar esse tumulto. Então senta que lá vem história. 

Alerta de Gatilho: Devo avisar que esta postagem contém discussões sobre tópicos pesados, como abuso sexual e bestialidade/zoofilia, se você for sensível a esse tipo de conteúdo ou for menor de idade, não aconselho a ler (ou pelo menos não sem a supervisão de um responsável). 

Nesse monte de conteúdo vazado, teve contos descartados sobre humanos que se relacionaram intimamente (no sentido em que você está pensando) com Pokémons, incluindo violência sexual e gravidez. Alguns dos Pokémons inclusos nestes são Rapidash, Octillery e outros, mas foram os de Typhlosion e Slaking que acabaram ganhando mais fama. Aqui vai um "resumo" dos 2 contos (você pode pulá-los se já os conhece). 

Conto do Slaking: Uma mulher com seus amigos judiavam dos Slakoths de uma floresta ao ponto de matá-los por diversão, até ela ter sido atacada por um Vigoroth (evolução do Slakoth, para os tiozões que largaram a série depois da 1° geração) vingativo. Depois de acordar do ataque, ela viu que estava num ponto distante dessa floresta que era marcado por um lago, mas ficou aterrorizada ao perceber que o lugar estava cheio dos cadáveres de Slakoth que havia matado e que os restantes dessa espécie os jogavam dentro do lago, e acabou desmaiando ao ver um Slaking (evolução do Vigoroth) na sua tentativa de fuga. Após recobrar a sua consciência, viu que estava na frente da sua casa e os seus amigos ajudaram-na a voltar. Depois de um tempo, ela deu a luz a um Slakoth e pretendia abandoná-lo por esse fato, mas não pôde porque a sua culpa falava mais alto e decidiu criá-lo. Os seus amigos (dos quais ela não frequentavam mais) fizeram uma visita à sua casa, e ao verem um Slakoth lá, eles o mataram como sempre faziam. Vendo que o seu Slakoth morreu, ela foi tomada por sua tristeza e acabou se jogando naquele lago junto com o cadáver. Traumatizados pelo suicídio de sua amiga, elas passaram a tratar os Slakoths e sua linha evolutiva com respeito. 

Conto do Typhlosion: Em uma aldeia desconhecida, uma garota saiu para pegar lenha, mas ela acabou se perdendo e o sol estava se pondo e, num momento de desespero, se deparou com um homem atraente que não aparentava ser da aldeia. O homem sugere que ela descanse na casa dele porque ele sabe que o caminho até a vila é demorado, e ela aceita por não ter escolha. A casa desse homem ficava numa grande caverna. Percebendo que ela estava com fome, o homem foi pegar umas frutas e pede para que nunca olhe o seu rosto, mesmo se acordar antes dele, o que infelizmente aconteceu, revelando que o homem na verdade era um Typhlosion. Mesmo depois disso, ela ainda continuou morando com ele e precisava de sua ajuda para sobreviver. Um tempo depois, ela teve um filho com o dito cujo e ele disse que o seu pai a estava  procurando e teria que matá-lo se encontrassem. Implorando para ele não matá-lo, o Typhlosion sugere que caso for morto, deveria levar os seus olhos, seu coração e sua voz, fazer uma fogueira no local da sua morte e cantar uma canção ensinada pelo Pokémon, o que acabou acontecendo mesmo. O seu pai construiu uma cabana na borda da aldeia como moradia para ela e seu filho, mas ela acabou sendo ostracizada pelos aldeões por causa de suas circunstâncias, e a situação piorou quando os forçaram a vestir pele de Typhlosion, e ela implorou aos seus pais para pararem os aldeões, pois a pele era capaz de transformá-los em Typhlosion, e mesmo eles dizendo isso, os aldeões não deram ouvidos e continuavam a fazer o mesmo. Os dois nunca mais foram vistos depois desse incidente, e os aldeões só entenderam o peso de sua atrocidade quando era tarde demais. 

Vendo que essas histórias eram oficiais, o alvoroço que rolou nas redes sociais foi estrondoso, com os fãs tendo reações viscerais e acusando os desenvolvedores de botar pornografia num jogo infantil. Eu digo com toda certeza que o pessoal só está fazendo tempestade em copo d'água, porque se foi deletado, não é canônico, e também porque a intenção dessas histórias não eram ser pornográficas. Pokémon, assim como qualquer outra obra, pega coisas do nosso mundo como inspiração, e a inspiração dessa vez foram contos folclóricos. A intenção dessas histórias é ver como daria para aplicar contos mitológicos ao Mundo Pokémon, e se você é uma pessoa familiarizada com qualquer tipo de conto mitológico, essas histórias nem chegam a ser tão chocantes assim. Histórias absurdas assim estão presentes em todas as mitologias, e muitas serviam como forma de explicar fenômenos, lições de moral ou só um reflexo da realidade, já que coisas absurdas e deprimentes acontecem mesmo. O Loki da mitologia nórdica, engravida de um cavalo e dá a luz a um potro de 8 patas, os egípcios falavam que o Rio Nilo era a piroca de Osíris e o rio fluía ao bater punheta, e nem me fale no quanto a mitologia grega é extensa porque Zeus não conseguia "manter a barraca desarmada". 

Se você acha que tudo isso não devia estar em Pokémon, digo que isso ignora coisas que já fazem parte de Pokémon. Informações da Pokédex, como a Froslass congelar Pokémons ou humanos atraentes para torná-los em suas decorações, Drifloon e Drifblim raptando crianças para levá-las ao pós vida, ou até nos primeiros jogos (Red e Green/Blue) em que a Equipe Rocket matou uma Marowak numa caça ilegal em prol do lucro, mostram que Pokémon nem sempre é açucarado e puro, e se você reclama disso, talvez você deveria voltar para algum desenho educativo como Dora, a Aventureira, e não entrar em brigas sobre alfabetização midiática na internet. Se você sentiu horror lendo esses contos, tá tudo bem, mas não fique propagando essa retórica puritana sem antes entender o contexto. 

O maior problema dessa polêmica, é que ela ofuscou o real problema dos vazamentos. Dentre os conteúdos descartados, estão designs de Pokémons descartados, dados do futuro Pokémon Legends Z-A, spoilers do anime Pokémon Horizons, futuros filmes e séries, builds do jogo principal da 10° geração que sairá pro Switch 2 (ou pelo menos é assim que conhecemos esse futuro console da Nintendo antes do anúncio oficial) e até dados pessoais dos desenvolvedores. Muitas dessas ideias descartadas dificilmente serão revisitadas por conta do compartilhamento em massa nas redes sociais, os futuros projetos como os jogos, animes e filmes sofrerão um impacto negativo por causa do ocorrido, e será que eu sequer preciso explicar o quão ruim é vazar informações pessoais na internet? Por mais que algumas coisas aí tenham sido interessantes de descobrir, seria melhor se fossem reveladas de uma forma mais digna, e não de uma forma que comprometa a segurança dos envolvidos. 

O que você tem a dizer em relação aos vazamentos? Se arrepiou com os contos? Gostou da postagem? Comente e compartilhe nas redes sociais, Bye By-[Interrompemos a programação para mostrar que Zeus foi flagrado em momento íntimo com...]

Fontes Usadas: 

About the Thing with THESE Pokémon (vídeo de Lockstin & Noggin

The Gamefreak Pokémon leak is bad, actually (vídeo de Cecilily

16 Bits da Depressão (Instagram)

sábado, 29 de junho de 2024

Personagens canhotos no mundo dos games

 Olá, povo canhoto, tudo bem? Muita gente não se dá conta do quanto o nosso mundo favorece pessoas destras, e que há várias coisas que não foram pensadas pra quem usa a mão esquerda. Canhotos, assim como qualquer minoria, acabam não tendo tantas chances de serem acomodados em nossa sociedade, mesmo com os nossos esforços pra remediar a situação. Representatividade de qualquer tipo de minoria tem sido um tópico bastante discutido nas mídias de hoje, e por mais que o progresso para representações positivas tenha sido um tanto lento e com vários tropeços no caminho, ainda é um esforço admirável. Preparem as suas mãos, porque o tópico de hoje será uma mão na roda. 

Sabendo que o personagem principal de umas franquias de games mais famosas do mundo é retratado como canhoto (na maioria de suas aparições), essa escolha foi bem fácil.

Link é o herói principal da franquia Zelda. Tirando Skyward Sword, Breath of the Wild, Tears of the Kingdom e a versão de Wii do Twilight Princess, Link é sempre retratado como canhoto. A razão por trás disso é o próprio criador da franquia (Shigeru Miyamoto) ser canhoto, e isso acaba sendo um reflexo dele. Com a sua mão esquerda, ele empunha a sua espada, demonstrando técnicas bem precisas com ela, e não são só espadas que ele consegue empunhar bem com essa mão, pois ele também consegue ser proficiente com arcos, bumerangues, cetros e muito mais. Nos outros jogos que mencionei lá atrás em que o Link não é canhoto, o motivo disso começou quando o Twilight Princess veio pro Wii. Twilight Princess estava sendo desenvolvido pro Gamecube, mas o console estava no final de sua vida e já era o ano de lançamento do Wii (2006), e por isso decidiram fazer um port dele pro Wii, mas o problema é que o Wii Remote foi melhor pensado para o uso da mão direita (pelo menos o Remote com o Nunchuck, pois sem ele o Remote serve pra qualquer mão), e pra acomodar isso, espelharam o jogo todo nessa versão. o Skyward Sword não foi espelhado, já que foi pro Wii em mente, mas no Breath e no Tears não há mais motivo pra isso. Independente de ser canhoto ou destro, Link é muito bom nas suas habilidades heroicas. 

Nos jogos de luta em que os personagens usam socos e chutes, fica difícil determinar qual é a mão dominante deles, mas nos jogos de luta em que os personagens usam armas, isso acaba ficando mais evidente. Então decidi escolher uma das personagens de Guilty Gear para entrar na lista. 
Baiken é uma guerreira japonesa, que após ter ficado traumatizada com a destruição de seu país e a morte dos seus pais, acabou se tornando uma pessoa amarga e vingativa. Ela conta não só como canhota, mas também como deficiente, já que o seu braço direito e o seu olho esquerdo foram arrancados durante a tragédia que acarretou a morte dos pais dela. No seu braço direito, ela esconde armas por baixo da sua manga, desde um canhão feudal, até cordas com ganchos. Mas é com o seu braço esquerdo que ela brilha mais. Baiken é proficiente com a sua katana, demonstrando uma precisão sem igual e uma força assustadora, podendo cortar uma casa ao meio com facilidade, e olha que tem personagens de Guilty Gear que são capazes de realizar feitos bem mais absurdos que isso. O seu estilo de luta é mais voltado pra defensiva, com um foco maior em achar brechas na ofensiva do oponente e os punir por isso, oferecendo uma grande variedade de golpes para esse propósito. Com apenas uma mão, Baiken é um terror no campo de batalha e nas mãos de jogadores habilidosos (um dos meus primos manda muito bem com ela). 

Granblue Fantasy não é uma franquia com muito destaque no Ocidente, mas, lentamente, ela está ganhando um pouco mais de força por este lado do mundo, com a chegada de seus jogos paralelos, como Granblue Fantasy Versus e Granblue Fantasy Relink. E com o tanto de personagens e lore que essa franquia tem, acabei me deparando com alguém que pode entrar nessa lista. 
Zooey é uma das bestas primordiais do mundo de Granblue Fantasy (basicamente, monstros lendários deste mundo). Ela é responsável por manter o mundo em equilíbrio (tanto que ela recebe o título de "Mediadora dos Céus"), e entra em confronto com o que ameaçar a ordem natural, usando os seus poderes mágicos, sua espada e os seus dragões. Admito que durante o processo de planejamento e escrita, eu fiquei em dúvida se ela devia mesmo estar nessa lista, pois há muitas inconsistências nas ilustrações e suas aparições nos jogos, às vezes usando a espada na mão direita, e outras na esquerda. Mas, depois de verificar essas variações, me dei conta que a personagem é na verdade ambidestra. Ambidestria significa que a pessoa é habilidosa com ambas as mãos. Pesquisando sobre o assunto, descobri que a ambidestra na maior parte dos casos é aprendida, com os casos que são de nascença serem bem raros (se a ambidestria da Zooey foi de nascença ou aprendida, eu não faço ideia). Independente da mão, Zooey demonstra muita habilidade com a sua espada e o seu escudo, também sendo capaz de conjurar magias de eletricidade e comandar os seus dragões com eficiência. Ambidestria não invalida canhotismo, e Zooey serve como um bom exemplo disso. 

Em jogos de tiro, é bem raro você ver gente canhota. Nos jogos que são em 1° pessoa, você vê as armas no lado direito da tela, e nos que são em 3° pessoa, a câmera prioriza uma visão mais focada no lado direito do personagem. Isso chega a ser reflexo da realidade, pois as armas de fogo foram feitas mais para serem usadas com a mão direita, e usá-las com a mão esquerda não é visto como uma forma tão prática de uso. Das poucas representações de canhotos que tem nesse gênero, encontrei uma personagem de Resident Evil 5 como candidata. 
Sheva Alomar é a coo-protagonista de Resident Evil 5. Vinda de uma cidade industrial não especificada da África, ela acabou perdendo os seus pais aos 8 anos, por conta de um acidente envolvendo experimentos ilegais da empresa Umbrella, resultando não só na morte dos seus pais, como também de vários inocentes. Após fugir de casa e sofrer com fome e pobreza, ela acabou sendo salva por um homem, oferecendo a guerrilha do qual ele fazia parte como moradia. Após integrar um plano para prender um representante da Umbrella, ela decidiu ir para os Estados Unidos e se juntou a BSAA, uma organização de combate ao bioterrorismo, e o seu treinamento por lá a levou a ser a parceira do Chris Redfield para a missão principal do jogo. No próprio jogo, dá pra ver que ela usa as armas com a sua mão esquerda, e por mais que não tenha consequências na jogabilidade, demonstra muito bem como ela opera esses equipamentos projetados para destros, tendo diferenças visíveis na forma em que ela recarrega revólveres e rifles, além de que esse detalhe mostra uma dedicação admirável tanto da personagem quanto dos desenvolvedores. Outro detalhe, para ressaltar, é a diferença da câmera no multiplayer do jogo. 
Repare como a câmera de cima mostra o Chris pelo lado direito das costas, enquanto a de baixo mostra a Sheva pelo esquerdo das costas. Não é só a posição dos personagens que é diferente, até mesmo os elementos da interface são reposicionados para condizer com o lado dominante de cada um. Isso também dá uma facilitada pro 2° jogador, pois considerando que essa pessoa estaria ao lado direito do 1° jogador, o posicionamento da câmera e da interface acaba dando um conforto maior pra vista nessa posição, e se a tela de baixo também fosse igual a do Chris, com as mesmas posições e tudo, não seria tão confortável pra vista do 2° jogador quanto essa que temos. Com uma atenção aos detalhes de como canhotos operam armas de fogo, Sheva demonstra muita dedicação com a sua especialidade. 

Você é uma pessoa canhota? Ou conhece alguém que seja? Conhece outros personagens que sejam canhotos? Gostou da postagem? Comente e compartilhe nas redes sociais, Bye Bye!

sexta-feira, 31 de maio de 2024

Personagens astrocinéticos no mundo dos games (parte 2)

Olá, povo estrelado, tudo bem? Em agosto de 2018 (nossa, já faz 5 anos), eu tive essa ideia específica de lista que não vi ninguém fazer, sobre personagens com o poder de manipular estrelas, e a ideia até deu certo, visto que a postagem teve um bom número de visualizações. E como eu estou sem ideia do que fazer, decidi fazer uma sequência dessa lista, falando de outros personagens com esse tipo de poder. Então, preparem os seus telescópios, porque o céu de hoje vai estar um caos com tanto poder astrocinético (só pra avisar, não é realmente necessário ler a 1° parte para aproveitar essa, mas pode, se quiser). 

Eu tinha considerado colocar essa personagem na lista passada, só que havia um problema: ela era uma personagem não-jogável em um jogo de luta, então ela não tinha demonstrado tanto de suas habilidades. Anos se passaram, e em 2021, adicionaram essa personagem pra ser jogável por DLC. Caso não saiba de que jogo estou falando, estou falando de Skullgirls
Annie é uma heroína lendária no mundo de Skullgirls, com sua fama indo do folclore de gerações e até adaptações de suas lendas para a TV. Ela é aparentemente imortal, por culpa da mãe dela ter desejado ao Skullheart que ela fosse criança para sempre, acreditando que dessa forma ela ficasse livre da maldade dos adultos (o que obviamente não deu certo). Como se o tema de estrelas dela e ela estar nessa lista já não esclarecesse o bastante, os poderes dela tem a ver com estrelas. De alguns dos golpes normais dela, como o chute forte e algumas voadoras saem estrelas, o North Knuckle que é um soco que avança para frente também tem essas propriedades, o próprio DP (Shoryuken para os leigos) dela é estilizado com um efeito de galáxia saindo pela espada (espero que seja só um efeito mesmo, porque, se for de verdade, ela pode ser um perigo e tanto) e quase todos os Blockbusters contêm ainda mais estrelas. Pale Blue Beam é um Kamehameha de estrelas atirado pelo Sagan (esse coelho de pelúcia que tem o próprio olho direito dela na boca), Meteor Strike é uma estocada com um efeito de cometa, Pillar of Creation é uma explosão cósmica teleguiada e também tem o Star Power, que a faz canalizar o poder das estrelas para deixá-la mais forte. Tirando os últimos 2 Blockbusters, quase todos os golpes astrocinéticos dela são só golpes genéricos com efeitos de estrela, mas isso não a torna mais sem graça que outros personagens com poderes desse tipo, garantindo a "Annie Das Estrelas" (esse é o nome do programa de TV dela) um espaço digno aqui. 

5 meses depois de eu ter postado a lista original, tinha sido lançada uma nova personagem em Brawlhalla que podia muito bem estar naquela lista, e sempre considerei adicioná-la quando fizesse uma parte 2. 
Fait, também conhecida pelos seus títulos de "Bruxa Estelar" e "Oradora das Estrelas" (não faço ideia de como são as traduções oficiais, então, fiquem com as minhas traduções livres), é uma das personagens jogáveis de Brawlhalla. É dito que a arte de se comunicar com estrelas é difícil, exigindo bastante treino, mas a maior dificuldade é que não basta treino, também tem de ser gostável e ter boa vontade, 2 coisas que não faltam para essa bruxa. Por ter tanta afinidade com as estrelas, ela trabalhou como vidente usando as informações oferecidas por elas para prever o futuro. Depois disso, ela tenta dar um foco ofensivo à sua magia para tentar derrotar o seu inimigo Zothkan, e pelo visto deu certo, já que a Brynn concedeu a ela um lugar Valhalla. No próprio jogo, ela é bem forte e rápida, mas peca na defesa, e suas 2 armas são Foice e Orbe. Com a foice, ela atira estrelas, as invoca e se teletransporta, e com o orbe, ela dá um "Shoryuken de estrelas" (mas nada tão absurdo quanto o da Annie), monta numa estrela pra dar uma investida e invoca uma estrela para prender seu adversário. Pela sua dedicação na arte de se comunicar com estrelas e se dar tão bem com elas, fica óbvio que Fait é uma exímia astromante (termo usado para quem tem poderes de astrocinese). 

O principal motivo de eu ter feito uma lista com esse tema, foi Disgaea. Lá as magias elementais são divididas em Fogo, Gelo e Vento, também tendo um 4° elemento que é Estrela. Diferente dos outros 3 que seguem um esquema de pedra papel e tesoura, esse aqui é mais neutro, não podendo atingir fraquezas ou resistências (pelo menos até Disgaea 5, mas encontrar gente com fraqueza ou resistência a esse elemento é raro). Na lista passada, eu tinha colocado a Izuna do 5, porque eu achei que ela era a única personagem na época que tinha um golpe listado como sendo do elemento estrela que condissesse com ele, e era literalmente só um. Depois de um tempo, lançou o Disgaea 6 (o pior da franquia, na minha opinião) e, finalmente, apareceu uma personagem mais digna de representar esse elemento. 
Majolene é uma bruxa poderosa que é diretora da "Escola de Magia Magimage", e o motivo de isso ser inacreditável é que essa varinha que ela tá usando a deixou bem mais nova do que ela realmente era. Ela veio de uma família rígida, se matando pra conseguir notas altas e até estudando numa escola de primeira, o que acabou levando ela a se tornar uma diretora de uma. O rejuvenescimento dela acabou acontecendo, porque ela pegou essa varinha achando que era algum tipo de arma lendária, mas o treco só acabou transformando ela numa garota mágica (algo que qualquer fã de Sailor Moon, Sakura Card Captors ou Madoka Magica entende), deixando-a eternamente jovem (para ter ideia do quão velha ela é, ela tem 10.000 anos de idade), e é até revelado na reta final que essa varinha era na verdade um brinquedo feito para trazer alegria às crianças. Em batalha, ela é obviamente mais focada em magia, seja atacando à distância com magias ofensivas ou ajudando os aliados com magias de suporte. Ela tem todas as magias básicas de ataques elementais de estrela (exceto a do último nível, mas suponho que dê pra fazê-la aprender com as formas que todos os Disgaeas te deixam apelar), e das habilidades exclusivas dela, tem o "Twinkle Shot" que é uma chuva de estrelas, e "Heart of Brilliance", que pela animação, parece uma explosão cósmica com um efeito de coração (fora essas 2, as outras habilidades exclusivas dela não tem nada a ver com o elemento). É uma pena que ela só esteja no Disgaea 6 e no Disgaea RPG (os piores jogos de toda a franquia, e esse 2° mencionado ainda tem a desonra de ser um Gacha), pois do elenco de personagens sem graça do 6, ela é a única que eu achei decente, e tudo isso mostra que a Majolene está aqui para botar respeito. 

E, para finalizar essa lista, já que não estou com saco para escrever mais dessa postagem,  apresento- lhes ao protagonista de Gimmick! (ou Mr Gimmick nas versões ocidentais), um desconhecido jogo de Nintendinho
Yumetaro é um Youkai (um tipo de criatura sobrenatural da mitologia japonesa) que foi confundido com um brinquedo que foi dado de presente de aniversário para uma garota qualquer, e ele até acabou se tornando o favorito dela, causando inveja em seus outros brinquedos. Em uma noite, os brinquedo dela ganham vida e a raptam para outra dimensão, o que não deixa outra escolha para o Youkai a não ser salvá-la. Diferente de todos os outros personagens dessa lista, ele só tem uma habilidade, que é atirar estrelas de seu chifre, mas essa é uma das principais mecânicas do jogo. Os tiros de estrela não servem só como um meio para derrotar inimigos, pois eles também servem de plataforma, permitindo-o alcançar lugares em que não seriam possíveis de acessar normalmente, além de que os tiros também quicam, o que ajuda em ambas as utilidades. Yumetaro pode ser o personagem mais simples que está nessa lista, mas isso não o torna menos especial que os outros personagens que apareceram aqui. 

Já sabia da existência da astrocinese? Conhece algum personagem com poderes desse tipo? (pode ser de qualquer mídia) Gostou da postagem? Comente e compartilhe nas redes sociais, *pegando carona numa cauda de cometa para ver a via láctea*.

segunda-feira, 8 de abril de 2024

Youtube Underground: Lixeira do Frost

 
Olá, Youtubers, tudo bem? Eu assisto muitos canais menores no Youtube por pura preferência pessoal, e como poucas pessoas dão valor pra esse tipo de canal, decidi fazer o Youtube Underground, para apresentar esses canais para outras pessoas. Então, apertem play que as coisas talvez possam ser divertidas. 

Lixeira do Frost é um canal que fala majoritariamente sobre games (a maioria de origem japonesa), mas também discute alguns animes e mangás quando estiver a fim. O seu conteúdo costuma ser mais voltado para análises, mas, às vezes, diversifica um pouco, como discussões de certos assuntos (como as complicações de sistemas de conquistas em games modernos, um chefe difícil de um jogo de navinha ETC. As suas análises de games se voltam um pouco mais para o lado ludonarrativo da coisa, demonstrando como a jogabilidade e a narrativa se interagem entre si, e independente de qual mídia  discute, ele aborda muito os temas retratados, descrevendo tudo de uma forma clara e competente (apesar de inserir um humor do tipo "háhá, comi sua mãe!"). O único quadro dele que está ativo são as suas análises (confesso que tirei o meu sistema de troféus, do sistema de medalhas que ele utiliza de vez em quando), já que ele nem tem quadros tão fixos (apesar de que os últimos vídeos de animes/mangás que ele fez estarem na playlist do "Vale a Pena?", aonde ele analisa alguns animes).

Mostrarei um vídeo para tirar as suas conclusões, mas antes, leiam as informações adicionais:

Classificação Indicativa: 14 anos pra cima (imposta pela CEIPM - Classificação Etária Imposta Por Mim

Duração dos Vídeos: 6 - 35 (únicas exceções sendo os vídeos sobre a história de Drakengard

Número de Inscritos (até o momento): 23,8 mil 

Curiosidade do Canal: O próprio Frost está desenvolvendo o seu próprio jogo, que se chama The Coneflower Dilemma. É um jogo de aventura feito no RPG Maker que tenta trazer o clima excêntrico e esotérico de Nier e Killer7 da sua própria forma. Como extra também menciono que assim como eu, ele também é neurodivergente, possuindo TEA (Transtorno do Espectro do Autismo) e TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade), mas no meu caso eu só tenho TEA sem o TDAH.



Se o vídeo não te convenceu, tudo bem, só não seja rude. 

Assista Se: Procura análises que se aprofundam em temas, procura mídias nichadas que são pouco discutidas, quer discussões mais específicas que são bem trabalhadas.

Não Assista Se: Só quer assistir conteúdo básico, não se interessa por obras mais esotéricas.

O Que Acho Sobre: Lixeira do Frost faz vídeos competentes e de ótima qualidade. O canal discute muito bem obras nichadas, se aprofundando bem no que faz cada uma ser o que é, instigando os telespectadores a irem para novos horizontes. Mesmo quando ele não faz análises de obras ele manda bem, seja falar de um elemento muito específico em algo ou coisas mais abrangentes. Lixeira do Frost faz conteúdo de qualidade que não se entrega às vontades do algoritmo e é ótimo no que faz. 

Já conhecia o canal? O que achou do vídeo? Gostou e compartilhe nas redes sociais, Bye Bye!

quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

Top 10: jogos que joguei em 2023

 Olá, povo do passado, tudo bem? 2023 foi um ano bem cansativo pra mim. O motivo de 2023 ter poucos posts em relação aos outros anos foi por estar desmotivado por certos motivos, como alguns acontecimentos que me tiraram da minha zona de conforto e as postagens de destaque do ano (o top 20 e a review do MGR) terem sido muito desgastantes de escrever, especialmente a review do MGR que eu enrolei pra terminar por uns 9 ou 10 meses, e só terminei por conta da ansiedade de fim de ano que eu estava sentindo. Mesmo Assim, ainda teve algumas coisas, como eu ter voltado a fazer Muay Thai depois de 4 anos sem fazer, por conta da pandemia, ter terminado a faculdade EAD que estava me cansando, a minha irmã ter voltado pra casa depois de 1 ano longe (e ainda por cima com o meu cunhado, assim estendendo a família daqui de casa), e é claro os jogos bons que joguei no ano. Por ter jogado menos jogos nesse ano e pra não gastar tanto da minha energia quanto no ano passado, a lista diminuiu de um Top 20 pra Top 10, e tenho que aproveitar essa oportunidade ao máximo. Olhem para o meu passado e divirtam-se! 

Lembrete: Começo com o mais óbvio, que é essa lista ser baseada na minha opinião pessoal, e que ela se difere drasticamente de uma pessoa pra outra. Essa lista não se restringe a jogos lançados em 2023, só se restringe apenas aos que joguei nesse ano, e assim como no "Top 20 de 2022", todos esses entraram pra minha lista de jogos favoritos (exceto as menções honrosas). 

Depois de ter jogado a trilogia Springs, fui correr atrás de outros jogos da npckc, e esse aqui me pareceu interessante e não me decepcionou. 

10: Tomato Clinic (2020) 


Esse fofíssimo jogo ainda segue aquele estilo da npckc de ser um jogo com foco em temas LGBT com uma abordagem mais leve, sem desviar das dificuldades de ser LGBT. A proposta do jogo é simples: Te convidaram para um tour numa clínica de doação de sangue, mas os proprietários são vampiros que estão fazendo esse tour para desmistificar os estereótipos de seu povo e fazer com que o/a/ê jogador(a/e) aprenda sobre sua cultura. Essa premissa é uma metáfora para comunidades marginalizadas sendo pressionadas a se explicar para aqueles fora de seus círculos sociais que não entendem tão bem as suas dificuldades, e por mais que essa metáfora tenha sido intencionada para comunidades LGBT, também serve para outros grupos marginalizados como pessoas de cor, neurodivergentes ETC. Ele é puxado pro lado educativo até mais do que as outras obras da npckc, mas isso não o torna pior do que as outras, pois a sua abordagem não é vazia e tem coração e sinceridade no que diz. Aprender sobre os vampiros é bem divertido, e a desmistificação dos estereótipos dá uma construção de mundo legal, ainda mais que Gakuto e Marie são pessoas bem gostáveis. Por ser uma Visual Novel, não há uma jogabilidade elaborada, já que o negócio é ler e escolher diálogos, mas tem 2 minigames simplistas inofensivos que são apropriados pra experiência. Ele fica nessa posição justamente por ser simples demais, mesmo que isso não o torne menos bom. Tomato Clinic é uma experiência agradável e faz o que cumpre, ainda mais ao considerar que ele é de graça e dura meia-hora

Por eu ter ficado preso às plataformas da Nintendo por muito tempo, acabei ficando sem jogar vários games que me interessavam por muito tempo (ou só os jogava muito tempo depois). Nesse começo de 2024 um dos meus primos me deu um PC Gamer de presente porque ele não o usava mais e até criei uma conta própria na Steam. Mas em 2023, fui jogar um dos maiores sucessos do ano, por conta da conveniência do meu cunhado ter se mudado para onde eu moro e tê-lo no seu notebook, e ele ter me dado permissão pra jogá-lo.
9: Hi-Fi Rush (2023)
Hi-Fi Rush foi um jogo que me interessou bastante ao ver a sua proposta de jogabilidade. Basicamente, Hi-Fi Rush é um Hack 'n Slash no estilo de Devil May Cry e Bayonetta, no qual suas ações são determinadas pelo ritmo da música. Eu não havia jogado tantos Hack 'n Slash desse estilo, mas gosto bastante de jogos de música, então essa premissa de jogabilidade me deixou curioso. Com esse negócio de fazer as coisas no ritmo, dá a impressão de que o jogo é punitivo, mas isso está longe de ser verdade, porque não é realmente necessário acertar as batidas para aproveitar o combate, já que os ataques saem independente de você acertar as batidas ou não, mas isso não significa que elas não importam, já que para outras ações que não sejam a movimentação e ataques normais, fazem diferença (pros ataques normais, acertá-las só dá bônus adicionais). Ele não é só combate o tempo todo, pois  também apresenta seções de plataforma que adicionam uma variedade extra que não detraem e nem melhoram o jogo, só cumprem o seu trabalho. Por também ser um jogo de música, não podia faltar músicas boas, e tanto as músicas originais quanto as licenciadas são bem legais e se encaixam com a vibe. Falando em vibes, foram justamente elas que também me atraíram ao game. Aspectos como a direção de arte, a escrita e até a trilha sonora, me dão vibes de desenhos do Disney XD que eu provavelmente assistiria quando criança, e se não fosse um game de ação, podia muito bem ser um desenho que apareceria nessas listas de "desenhos que você assistiu quando criança, mas não lembra" que tem aos montes na internet (ele também tem vibes de jogo de PS2, o que também é apreciável). Ele fica nessa posição, não por problemas do game em si, mas sim por 2 problemas externos que atrapalharam um pouco a minha experiência. : Eu estava jogando no notebook do meu cunhado, e por mais que ele funcionasse relativamente bem nesse dispositivo, o jogo estava mostrando problemas de performance por conta do hardware defasado da máquina. : Como o dispositivo não era meu e não joguei tantos jogos mais elaborados assim nesse tipo de computador, acabei fazendo burradas que comprometeram a minha jogatina por conta da minha inexperiência. Hi-Fi Rush é um jogo incrível, e se eu jogá-lo um pouco mais, definitivamente vai superar MGR no quesito "Character Action" favorito no momento. 

Em 2022, tinha baixado um emulador de Dreamcast pro meu celular, mas pela falta de controle, só pude jogar alguns jogos que não exigissem muitos comandos (Dolphin Blue não se encaixa tanto nesse quesito, mas ele tem continues infinitos, o que alivia um pouco a experiência). Por conta disso, tinha decidido jogar um dos RPGs mais notórios do console. 
8: Skies of Arcadia (2000) 
Skies of Arcadia é um RPG de turno feito por algumas das mentes mais brilhantes da SEGA. A história do jogo é simples: Há um mundo chamado Arcadia, que é composto por 6 civilizações que existem em ilhas flutuantes no céu que são orbitadas por 6 luas. Os nossos heróis são os piratas aéreos VyseAika e Fina, e eles estão lutando contra um império malvado que quer usar armas de destruição em massa para os seus fins, e os 3 estão tentando impedir isso e se metendo em várias aventuras pelo mundo. Sendo honesto, essa não é uma história muito inovadora ou bombástica, mas isso não significa que ela seja ruim. O seu ponto mais forte é fazer o básico com muita competência, trazendo personagens carismáticos, bons momentos e muito charme. Eu também adorei a temática de piratas aéreos, não só porque eu acho piratas legais, como também pelos cenários das ilhas flutuantes. E navegar os céus com um navio voador é de tirar o fôlego. Ele também apresenta bons visuais para sua época, com uma cinematografia fora de série e músicas boas. A jogabilidade é satisfatória o bastante para quem curte esse estilo de RPG em turnos, mas sofre de alguns problemas de polimento, como a taxa incômoda de batalhas aleatórias, as animações demoradas e o balanceamento das habilidades. Ele fica nessa posição, não só por alguns dos problemas de gameplay, mas por eu tecnicamente ter jogado uma versão inferior, já que a versão Legends traz melhorias em relação a original. Skies of Arcadia é um RPG competente e autoral, e mesmo que não aparente surpreender, faz tudo com muito carinho. 

Assim como não é segredo que eu adoro Kirby, também não é segredo que eu gosto de Smash Bros. Nestes últimos tempo eu tenho questionado esse meu apego à série, pois o meu apego é mais pelo Brawl, e com o resto da série eu tenho relações bem fracas (por mais que eu ache o Ultimate bom, ele me impressiona cada vez menos quanto mais eu paro para pensar). Mas a minha esperança não está perdida quando vejo que os fãs conseguem fazer trabalhos tão impressionantes quanto os jogos oficiais de Smash. 
7: Smash Remix (2021-Até Hoje?) 
Smash Remix é uma Hack Rom feita em cima do primeiro jogo da série (aquele do Nintendo 64), que adiciona várias coisas. Versões modificadas de Smash não são novidade, já existem várias do Brawl (Project M sendo a mais famosa), e dá para encontrar algumas do Melee e até do Ultimate, mas uma do 64 já é novidade. Suponho que pelo 1° Smash ser tão limitado em relação aos seus sucessores, ele acaba não gerando tanto interesse no público geral ao ponto de não ter versões modificadas notáveis. Ou pelo menos até agora, porque essa daqui é mais do que notável. Eles podiam ter só adicionado uns cenários básicos, uns personagens extras e balanceá-los, só que eles foram além. Dos personagens novos ao 64, a maioria são veteranos dos futuros jogos, como o Marth, Sonic ETC, Mas há alguns novos como o Conker de Conker's Bad Fur Day, Marina de Mischief Makers, Goemon de Mystical Ninja, e até mesmo o Piano Assombrado do Mario 64. O que me impressiona não são os personagens novos, mas, sim, as funções novas. Tem novos modos, como os All-Star e Home-Run Contest dos jogos futuros, e alguns novos como uma nova versão do Classic que é mais refinada que a original (permitindo até multiplayer), um Versus ala KOF em que cada jogador tem 12 personagens em seus times e até configurações mais detalhadas que os jogos oficiais, permitindo que o jogo fique competitivamente interessante, ou mais casualmente caótico. Também há novas músicas que tiram um proveito melhor da soundfont do que as originais, fases novas (com algumas tendo mecânicas próprias) e até itens novos. Boa parte das versões modificadas dos Smashs oficiais tentam pegar carona com o Project M na questão de deixá-las mais competitivas ou fazem versões com um desbalanceamento levado ao absurdo por brincadeira, mas essa daqui não esquece o lado casual de Party Game da franquia, e acho isso especial. Ela só não está mais alta, porque joguei só até a versão 1.4 e não sei se haverá mais além da 1.5 (versão lançada no início de 2024), e por causa de certas peculiaridades do Smash 64 que dificultam voltar pra ele. Smash Remix é um projeto impressionante de fãs feito com bastante carinho, e chega até a um nível de qualidade tão bom quanto o dos jogos oficiais. 

Nestes últimos tempos, eu tenho adquirido um gosto pelos jogos feito em Bitsy. Os jogos dessa engine são bem simples, focando em histórias curtas com uma gameplay que só se baseia em andar e ler alguns textos. Essas curtas histórias interativas de gameplay simples me atraíram pelo charme minimalista das suas experiências e, até agora, eu ainda não havia experimentado os jogos mais conhecidos desse tipo, que são os trabalhos da Cecile Richards. E sorte a minha que fui tentar uma de suas obras renomadas. 
6: Under a Star Called Sun (2020) 
Depois de terminar Under a Star Called Sun, entendi perfeitamente o porquê de ser tão aclamado. É uma história poética sobre memórias e como elas se distorcem com o tempo, e a sua apresentação é mais elaborada do que muitos jogos feitos nessa engine. Eu decidi não explicar mais do que isso, porque acho que é melhor aproveitar a experiência, já que uma análise mais profunda estragaria um pouco da graça desse jogo (o clássico ver para crer). 

Bitsy não é a única engine capaz de histórias minimalistas. A Twine também é uma engine capaz de fazer jogos narrativos de interação minimalista, e é bem mais versátil, capaz de apresentações e histórias mais elaboradas, além de serem mais duradouras. Meu coração pertence mais aos jogos de Bitsy, mas os de Twine também têm o seu charme. Quando eu descobri que esse aqui se tratava de discussão de games, acabei me interessando.
5: Video Game Feminization Hypnosis (2019) 
Esse jogo não tem uma capa definida, essa é a única imagem que aparece como ilustração na página da criadora.

Video Game Feminization Hypnosis é um ensaio/desabafo da criadora sobre a indústria de videogames. Essa é a descrição mais apropriada que consigo pensar, já que não há uma história e a interatividade é baseada em clicar nos textos em negrito que levam para outras partes do ensaio. O texto é basicamente um manifesto sobre como a indústria dos videogames falha em coisas como comunicar experiências fora de grupos dominantes e como as tendências do mercado prejudicam videogames como mídia artística. Esse curto ensaio é bem interessante, trazendo à tona vários pontos que te fazem ponderar sobre o estado dos games como mídia, com um texto divertido que consegue fazer umas piadinhas engraçadas (devo lembrar que ele também usa uma linguagem internetesca, com termos parecidos com "vc" ou "vdd", ênfase no parecido pq o texto é em inglês e ñ em português). Por mais que isso tudo seja legal, é claro que vai ter os seus problemas. Por mais que os seus pontos sejam bons, admito que o iconoclastismo às vezes é um pouco exagerado, e algumas de suas ideias sobre feminilidade e jogos femininos são meio vagas e mal elaboradas. O que deixa VGFH nessa posição para mim, tem menos a ver com o conteúdo apresentado e mais com o que me fez buscá-lo. Eu decidi ir atrás desse treco por conta de umas reviews que eu li no Backloggd, e lê-las me fez sentir iluminado e satisfeito, tanto que quando eu li VGFH, acabei não tendo sentimentos tão fortes quanto os das reviews que li. Eu também já vi discussões com pontos parecidos com os que são debatidos aqui, mas isso eu posso dar uma relevada, porque são bem poucas as pessoas que vi discutindo esse tipo de coisa. Video Game Feminization Hypnosis é um baita manifesto sobre o estado dos videogames como mídia e suas discussões são valiosas.

Eu tenho ponderado um pouco sobre consertar gêneros de games. Alguns gêneros que eu gosto, como RPGs de Turno, jogos de luta e jogos de música são bem nichados e não muito convidativos para a maioria das pessoas, e já fazem uns tempos que vários jogos desses gêneros tentam suavizar os seus sistemas para atrair mais pessoas. Por mais que isso seja muito bom, acabo ponderando se deixá-los mais polidos e acessíveis, os deixam necessariamente melhores (eu também não quero pagar uma de elitista, porque elitismo é pura arrogância). Esse jogo até que conserta alguns problemas de combate de RPGs de Turno, e faz um bom trabalho nisso.
4: Epic Battle Fantasy 5 (2018) 
Epic Battle Fantasy 5 é o último dessa franquia de jogos em Flash que homenageiam os clássicos RPGs de Turno como Final Fantasy ETC. A maioria desse tipo de jogo tem um foco maior nas narrativas e histórias do que em seus sistemas de gameplay, e como esse vai para uma direção oposta, não dá para ser apreciado pelos mesmos motivos da maioria, mas como sou alguém que se interessou nesse gênero pelos motivos errados (gameplay) e que se deu conta de que também aprecia os motivos certos (história), foi um prato cheio para mim. Em questão de história, ela não é importante, só sendo sobre um bando de imbecis se metendo em confusão, com um senso de humor que já estava datado até na época em que saiu (em outras palavras, o humor da internet de meados dos anos 2000). O combate é bem engajante, não dependendo de grinding (repetir ação para ficar mais forte) e que realmente requer muita estratégia e entendimento dos sistemas para tirar proveito e vencer com eficiência. A exploração também está de parabéns, já que por mais simples que o design do mundo seja, há vários segredos para encontrar em cada canto, e são todos recompensadores sem serem obtusos demais, além de certos elementos como puzzles e backtracking serem usados com moderação, e sem serem obtusos ou tediosos demais. Ele só não está mais à frente, porque eu joguei a versão gratuita e não a paga. A diferença é que a versão paga tem conteúdo extra que a gratuita não tem, como áreas adicionais, novos chefes ETC, e o jogo me ficar lembrando disso com certa frequência foi meio desanimador. Independente da versão, Epic Battle Fantasy 5 é um RPG de respeito.

Há vários temas que são abordados por qualquer obra de ficção, mas um que não vejo com frequência, é o memoricídio. Memoricídio é basicamente apagar qualquer informação sobre algo que já existiu, e acho que abordar esse tema pode trazer discussões interessantes. Ainda bem que encontrei um jogo de Bitsy que aborda um tema desses.
3: I Miss When the Internet Was Chronological (2023) 
A história contada nesse aqui é sobre uma pessoa tentando procurar uma página no Tumblr que não existe mais. O Tumblr é uma rede social que não tenho e nem pretendo ter (as únicas pessoas que eu conheço que tiveram foram a minha irmã e algumas das amigas dela), mas não foi isso que me fez conectar com essa narrativa, e sim, que esse tipo de coisa pode ser aplicada pra qualquer lugar da internet. Memoricídio muitas vezes é sobre algo mais físico, como civilizações, lugares ou o que for, mas o memoricídio digital também existe e  continua sendo presente no nosso mundo. Na nossa era, temos tanta informação acessível a todo momento, e já que é possível acessar informação com tanta rapidez, também é fácil deletar qualquer informação com tanta rapidez, e é justamente essa rapidez que torna o memoricídio digital tão assustador quanto o físico. Havia vários sites que eu visitava quando criança que não existem mais, e não apenas sites, como também vídeos, artigos imagens ETC. Não é só nos espaços virtuais que penso, também penso nos locais que gostava de ir na infância, os quais não existem mais. Eu acho triste essas coisas não existirem mais, pois por mais que algumas delas não tenham um impacto cultural forte, ainda me proporcionaram algo positivo e não ter a chance de experiênciá-las pela 2° ou 1° vez é lamentável. Até mesmo eu estar jogando isso no itch.io reflete um pouco dessa perda, pois é o mais próximo que tenho da sensação de jogar os jogos em Flash no Click Jogos ou outros sites do tipo (também é apropriado que a única música tocada nesse jogo ser de um MMO extinto). I Miss When the Internet Was Chronological serve como lembrete para o que foi perdido nessa nova era. 

Roguelikes são um gênero de jogo que joguei pouco, e por mais que eu não tenha tanta certeza da minha opinião sobre, acho que não gosto muito desse tipo de jogo por me cansar fácil. Chega até ser estranho eu não ter me cansado desse aqui (e ser de uma franquia que adoro também me ajudou nisso). 
2: Shovel Knight Pocket Dungeon (2021) 
Shovel Knight Pocket Dungeon é um roguelike que é um spin-off do meu querido "Cavaleiro da pá". Vocês leram o termo roguelike sendo usado, mas o que ele significa? Roguelike é um gênero de jogo que é caracterizado por fases geradas proceduralmente e por morte permanente, fazendo com que cada vez que o jogador morra, o jogo seja drasticamente diferente devido a soma do jogador perder tudo que obteve ao morrer e ao aspecto aleatório de como as fases são geradas (roguelike é usado para se referir a esse tipo de jogo, por conta da influência de Rogue, um jogo do início dos anos 80). O motivo de eu me cansar fácil com roguelikes, é que eu não acho os mapas procedurais interessantes o bastante pra ficar repetindo as jogadas, e isso acaba não me prendendo com muita facilidade. Talvez seja a falta de mapas que me fez não cansar. Diferente de muitos roguelikes, esse aqui não é um dungeon crawler, e sim um jogo de puzzle, mais especificamente, naquele estilo de estourar pedrinhas. Elementos típicos de roguelike como upgrades que são perdidos com o game over e reiniciar tudo desde o começo estão aí, só que esse jogo me deu mais a impressão de um jogo de puzzle que veria num arcade do que um roguelike indie qualquer, e tratá-lo como se fosse isso me ajudou um pouco. Bem eu gostei dele apenas por ser uma diversão simples, e está tudo bem. Achei-o rápido, recompensador, customizável e cada jogada que eu fazia era uma delícia. Mesmo que as minha razões não sejam profundas, Shovel Knight Pocket Dungeon entra facilmente para os meus favoritos. 

Antes de mostrar o primeiro lugar vejam as 
Menções honrosas: 
Project Justice (2000-2001): É um jogo de luta bem legal e com muita personalidade, mas tenho um pouco de dificuldade em me acostumar com os controles meio duros. 
Murder Dog IV (2011): Nada como um jogo simples de meia-hora que é engraçado e satírico para alegrar o meu dia. 
Magical Witch Bell and Her Non-Magical Friends (2017): A npckc ataca novamente com uma VN bem simples e amigável, de qualidade.  
Deltarune - Capítulo 2 (2021): Ótimo e tão bom quanto Undertale, mas já que está nos capítulos iniciais e os outros ainda não chegaram (por enquanto), ainda não posso julgar com tanta exatidão.
Bad Monday Simulator (2022): É estranho que uma paródia de Undertale consiga ser tão boa e desafiadora. 
Lunistice (2022): Um jogo de plataforma 3D bem divertido que remete um pouco aos clássicos da 5° geração. 
Tet (2023): Um jogo à la WarioWare no qual você cozinha um jantar para o ano novo vietnamita não é algo que se vê todo dia.
You Are Dough (2023): A npckc fez um poema bem bonitinho e interessante. 
Musical de Primeiro de Abril (2023): Nunca imaginei que veria um Youtube Poop do Guilhox sendo adaptado como uma Visual Novel
Mr. Platformer (2023): Um jogo de plataforma 2D legalzinho com reviravoltas interessantes. 
Super Mario Wonder (2023): Joguei pouco por não ser eu que tenho o jogo (quem tem é o meu irmão), mas o pouco que joguei com o meu irmão e o meu cunhado me divertiu bastante e é provável que seja o meu Mario 2D favorito. 
The Mountain is as it Always was (2023): Um bitsy bem bonito sobre as ansiedades e o vazio da vida adulta e as perdas que vem com ela. 

Você já alguma vez na sua vida entrou em contato com alguma obra ou produto que é tão alinhada com os seus gostos que parece que fizeram só pra você? esse é o caso do meu 1° lugar dessa lista. 
1: Jojo's Bizarre Adventure - 7th Stand User (2010-2014) 
Eu não o menciono aqui no blog por conta do tema de games, mas quem me conhece bem sabe que sou um grande fã de Jojo, o seu estilo exagerado e batalhas empolgantes fizeram essa série de Animes/Mangás serem um dos meus maiores interesses especiais desde 2016. Esse fangame é a melhor adaptação de Jojo para um videogame, mesmo não oficial. Ele adapta a parte 3 da franquia, com o diferencial de que o próprio jogador é o protagonista junto com o próprio grupo principal dessa parte. Ok, esse não é o único diferencial, mas vamos por partes. O jogo começa com um teste de personalidade que determina os poderes do nosso avatar. A partir daí, segue os eventos da parte 3 do começo ao fim, mas isso não é um mero reconto da obra original, já que tem cenas originais e formas alternativas de subverter a narrativa original. É possível que a sua jogada possa ser só um reconto da história original com o seu avatar apenas acompanhando, mas a graça está nas formas disponíveis de alterar o curso da história, como derrotar inimigos antes da hora, acompanhar momentos que a narrativa original não mostra (como a recuperação do Kakyoin no hospital), salvar personagens que originalmente morreram e muito mais. Isso tudo junto com as variações geradas por poder, gênero e físico dão muitas rotas para serem seguidas e segredos para encontrar, e esse tanto de conteúdo vindo de um jogo feito no RPG Maker 2000 e por 1 uma pessoa só é mais do que impressionante (imagina o trabalho que foi testar tudo isso na hora da produção). Em questão de gameplay, ele é um RPG de Turno que se assemelha a algo que você veria num Nintendinho ou num Game Boy e posso dizer que é bem padrão desse tipo de jogo. Por mais que o combate em turnos não brilhe tanto com os inimigos comuns, ele consegue brilhar nos chefes, por conta do aspecto estratégico e de tentar entender os poderes de cada um, capta muito bem como é uma luta em Jojo. Claro que o game não é perfeito, ele sofre com armadilhas chatas, grinding levemente incômodo e alguns momentos de progressão obtusa, mas aceitá-lo por essas falhas me fez apreciá-lo mais. Quando descobri que teve influência de uma franquia da Square Enix chamada SaGa (nos aspectos variáveis de cada jogada e alguns easter eggs), me despertou o interesse de querer adentrá-la (foi Jojo que despertou o meu interesse em Queen, então essa série me incentivou mais uma vez a procurar outras coisas). Mesmo que não seja perfeito, 7th Stand User é um dos jogos mais "eu" já feitos, incluindo muita coisa que gosto e homenageando um dos meus maiores interesses especiais com respeito. 

Quais jogos você jogou em 2023? Quais foram os seus favoritos do ano? Já jogou alguns dos jogos deste Top 10? Tem interesse em jogar alguns deles? Gostou da postagem? Comente e compartilhe nas redes sociais, Feliz 2024!